Uma nova busca internacional pelos restos do avião da Air France que fez o voo 447 terá início em meados de março, quase nove meses depois de o avião ter caído no oceano Atlântico, anunciou hoje o Serviço de Investigações e Análises francês (BEA). As novas buscas vão custar 10 milhões de euros (US$ 13,73 milhões).

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O plano de pesquisa, que vai envolver navios norte-americanos e noruegueses, vai cobrir uma área de 2 mil quilômetros quadrados de mar, disse Jean-Paul Troadec, diretor do BEA. Segundo ele, as buscas, que devem durar cerca de quatro semanas, serão a maior e mais cara operação que sua agência já conduziu e “uma das operações mais complexa já realizadas”.

Troadec disse que os primeiros esforços de busca após do acidente de 30 de junho que matou 228 pessoas, “não foram produtivos”. Desde então, “a investigação ficou paralisada”, disse ele. As caixas-pretas nunca foram encontradas.

“Eu acho que temos boas chances”, disse ele, “bem acima de 50%”. “Mas será difícil”, acrescentou. “Primeiro, teremos que encontrar o palheiro, depois procuraremos pela agulha.” O diretor do BEA disse que as buscas começam em meados de março, dependendo das condições meteorológicas, e que os instrumentos serão instalados em questão de dias.

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Esperanças

Famílias das vítimas do voo 447 da Air France saudaram as novas buscas. John Clemes, irmão de uma das vítimas, disse que o plano de buscas “renovou suas esperanças”. “Nosso único lamento é que demorou muito”, disse Clemes.

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Troadec disse que as buscas atingirão profundidades de até 4 mil metros. As pesquisas serão financiadas pela Airbus e pela Air France. A Marinha dos Estados Unidos e a Agência Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) também vão ajudar, além de especialistas em acidentes do Reino Unido, Alemanha, Rússia e Brasil e do auxílio de empresas privadas.

A vida útil do artefato que emite sinais, presos às caixas-pretas, é de apenas um mês, mas as autoridades disseram que submarinos e barcos equipados com sonares podem encontrar os restos do Airbus 330, mesmo sem os sinais. Os investigadores “disseram que as caixas-pretas podem sobreviver a esse tipo de impacto e durante um tempo sob a água”, disse Clemes.

A segunda e mais recente busca pelas caixas-pretas foi encerrada em agosto. Os investigadores insistem que o acidente pode ter sido causado por uma série de falhas, mas só as caixas-pretas revelarão as reais causas.