Após quase dois anos, o acidente com a futura Estação Pinheiros do Metrô em São Paulo ainda mexe com a vida das pessoas. Muitos abandonaram a região, com medo de novos desabamentos e o incômodo causado com as obras. Para quem ficou, as mudanças foram mais profundas, com alguns passando de morador a desalojado e de microempresário a flanelinha. Muitas famílias ainda brigam na Justiça pelas indenizações, mas o Consórcio Via Amarela só reconhece os prejuízos dos imóveis localizados em um raio de 50 metros do túnel.
Contra a vontade, a taxista Rosa Maria Noschese Pescuma, que hoje completa 55 anos, vai deixar a casa que alugou por uma década para viver com uma filha. Logo após os desabamentos, algumas ruas foram interditadas, entre elas a Gilberto Sabino, onde mora. A taxista foi acomodada em um hotel, onde ficou por quase 12 meses, até ser expulsa.
José Carlos de Oliveira, de 34 anos, e uma sócia pretendem montar um estacionamento, negócio que tinham antes da tragédia e deveria durar dois anos, até a desapropriação para o Metrô. A ideia era juntar dinheiro para montar um estacionamento em outra região. Mas foi fechado com a interdição na região e, há três meses, o imóvel foi demolido. Agora, Oliveira cuida dos carros que estão nas ruas. “Eu era um microempresário e agora virei um flanelinha.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.