Familiares dos 14 mortos e 18 feridos na chacina que aconteceu no bairro de Cajazeiras, em Fortaleza (CE), estão assustados e com medo de conceder entrevista à imprensa. Os únicos que falaram com os parentes das vítimas até agora foram os defensores públicos Gina Moura e Emerson Castelo Branco e os policiais civis, que colheram depoimentos sobre o caso.
Segundo Gina Moura, “todos estão aterrorizados”. “Não querem falar muito e fomos conversar com eles para dar assistência jurídica e proteção, que é o papel do Núcleo de Assistência aos presos provisórios e às vítimas de violência que instalamos na Defensoria Pública há seis meses”, afirma.
Emerson Castelo Branco, que esteve no Instituto José Frota (IJF) Centro, maior hospital de emergência de Fortaleza, afirmou ao Estado, que todos os parentes das vítimas “estão no campo da vulnerabilidade”. “Estamos conversando com eles para enfrentar este problema de frente e garantir a proteção do Estado para que não venham a se tornar novas vítimas fatais”, diz.
De acordo com a promotora, que esteve no IJF e na Perícia Forense, onde os familiares foram reconhecer os corpos dos 14 mortos, o estado deles é de “susto”. “Fomos para dar assistência global, numa articulação para que eles não sejam as próximas vítimas”.
Vítimas
Das 18 pessoas feridas, dez receberam alta após atendimento de primeiros socorros. Sete continuam internadas no IJF Centro e uma na unidade do IJF em Messejana. O homem de 23 anos, que está internado em Messejana, é o mais grave. Ele corre risco de morrer.
Das sete pessoas no IJF Centro, nenhuma está em estado grave. São quatro mulheres, dois homens e uma criança de 12 anos. O menino, que foi um dos primeiros a ser atingidos na chacina, teve o pai morto na ocasião. A criança levou um tiro de raspão na coxa direita. Ele deve receber alta neste domingo, 28.
Precisaram fazer cirurgias para extração de balas as quatro mulheres, sendo duas de 16, uma de 17 e outra de 19 anos. Os dois homens internados são de 16 e 24 anos. O de 24 anos passou por cirurgia. Já o de 16 anos está na emergência para exames.