Revolta

Familiares de mulher morta em viaduto dispensam prefeito

“Vai para a parte de traseira do ônibus”, teria dito a motorista Hanna Cristina, 24 anos, segundo testemunhas, à filha, pouco antes de morrer com a queda do viaduto que matou duas pessoas e deixou outras 22 feridas na capital mineira, na tarde de quinta-feira. No enterro, que aconteceu nesta sexta-feira, 4, o clima era de muita revolta entre familiares e amigos. Hanna Cristina foi sepultada às 17h30, sob aplausos, no cemitério Bosque da Esperança, próximo ao local do acidente.

O motorista do Fiat Uno que ficou preso sob a estrutura, Charlys Frederico Moreira do Nascimento, foi enterrado por volta das 17h40, em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de BH, onde morava.

Em ambos os funerais o clima era de revolta com as autoridades e a construtora Cowan, que, segundo familiares de Hanna, não haviam entrado em contato com a família até momentos antes do sepultamento. Hanna trabalhava como motorista há um ano. O ônibus pertencia à família.

Durante o enterro, os familiares não quiserem falar com a imprensa. A filha de 5 anos da motorista, que estava no ônibus na hora do acidente e sofreu ferimentos leves, não quis ver o corpo da mãe sendo enterrado. Mais cedo, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, foi dispensado pela família da Hanna depois de avisar que iria ao funeral.

No enterro de Charlys, sepultado com a bandeira do grupo de cavalgada que participava, o clima também era de revolta. Em especial com a declaração inicial de Lacerda, de que “acidentes acontecem”. Segundo familiares da vítima, um advogado já foi contratado para acionar as autoridades. A Cowan, também não entrou em contato com a família.

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