A família da missionária americana Dorothy Stang comemorou a condenação do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado de ser um dos mandantes da morte dela. Ele deve cumprir uma pena de 30 anos em regime fechado no Pará.

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David Stang, irmão da missionária, disse que sempre acreditou no Judiciário brasileiro, por isso valeu a pena ter viajado de tão longe para assistir ao julgamento. “A nossa família sabia que aqueles que mataram nossa irmã seriam condenados, porque a polícia realizou um bom trabalho e o Ministério Público reuniu as provas suficientes”, resumiu Stang.

A missionária Rebecca Spires, integrante da congregação de Notre Dame, a mesma a qual serviu irmã Dorothy, lembrou que o resultado foi igual ao primeiro julgamento. “Estamos muito satisfeitos. A justiça foi feita e ela representa um recado para aqueles que apostam na impunidade”, acrescentou Spires. Ela espera que no próximo dia 30 o fazendeiro Regivaldo Galvão, o Taradão, outro acusado de encomendar o crime, também seja punido.

Pena

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Bida disse que ainda não sabe se seu advogado irá recorrer da decisão. A condenação começou a ser cumprida hoje no Centro de Recuperação, na região metropolitana de Belém. O fazendeiro não terá o direito de recorrer da condenação em liberdade. A pena foi de 29 anos, acrescida de mais um ano pelo fato de a vítima ter 73 anos.

Ao ser interrogado pelo juiz Raimundo Moisés Flexa, o acusado negou ontem ter mandado matar a missionária. “Deus sabe que eu estou dizendo a verdade”, declarou Bida. O juiz, ao ouvir a frase do fazendeiro, interveio com rigor: “vamos tirar Deus dessa história”.

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Os defensores públicos Paulo Bona e Alex Noronha informaram que não cabe a eles apelar contra a condenação. “A nossa missão foi defender o Bida no julgamento e ela acabou ali”, explicou Noronha. O advogado Eduardo Imbiriba, defensor contratado por Bida, não compareceu ao julgamento, deixando o fazendeiro irritado.