Brasília – A guerra política entre a família Sarney e o governador do Maranhão, José Reinaldo, chegou ao Senado, com conseqüências para a população carente do estado. Dispostos a perturbar o governo maranhense, os Sarney e seus aliados tentam discretamente retardar a aprovação de um empréstimo do Banco Mundial, no valor de US$ 30 milhões, destinado ao "Segundo Projeto de Combate à Pobreza Rural".

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Irritado com o atraso na tramitação do projeto, que aguarda votação desde outubro, o governador José Reinaldo promete fazer barulho. Ele passou a semana passada na capital negociando e pediu pressa ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um aliado dos Sarney. Se não for atendido, o governador ameaça fretar 20 ônibus para levar a Brasília a população quilombola, que seria beneficiada pelo programa.

A mensagem do Ministério da Fazenda que pede autorização do Senado para a contratação do empréstimo chegou à Casa em 28 de outubro de 2004. Em dezembro, estava pronta para votação no plenário, depois de passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Mas recebeu oito emendas, num procedimento raro nesse tipo de projeto, e teve de voltar à CAE.

Não é, contudo, a primeira vez que empréstimos internacionais viram alvos de disputa política. A oposição, em 2003 e 2004, aproveitou um pedido de empréstimo de US$ 100 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a Prefeitura paulistana para pressionar o governo.

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