Os cinco acusados da morte da turista alemã Jennifer Marion Nadja Kloker foram indiciados por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, motivo fútil e pela vítima não ter tido chance de defesa. Jennifer, de 22 anos, foi morta a tiros no dia 16 de fevereiro, no município de São Lourenço da Mata, região metropolitana de Recife. A promotora Ana Claudia Walmsley formalizou denúncia ao juiz Djaci Salustiano de Lima, que a acatou. Os acusados poderão ser condenados a penas que variam entre 12 e 30 anos de prisão.

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O juiz também decretou a prisão preventiva dos quatro acusados: o viúvo de Jennifer, Pablo Tonelli, o pai adotivo de Pablo, Ferdinando Tonelli, a sogra, Delma Freire de Medeiros – apontada como mentora do crime – e Alexsandro Nunes dos Santos, contratado para matar.

O quinto acusado, irmão de Delma, Dinarte de Medeiros, que, de acordo com o inquérito, comprou a arma do crime por R$ 300 e intermediou o negócio entre Delma e Alexsandro – que recebeu R$ 2,5 mil pelo crime – vai responder ao processo em liberdade. A polícia não considerou necessário pedir sua prisão diante da sua colaboração com as investigações.

Única a não confessar o crime, Delma se denunciou, de acordo com o delegado responsável pelo caso, Alfredo Jorge, ao escrever um bilhete para o filho – quando ela ainda estava detida – em que o orienta, entre outras coisas, a declarar sua inocência, a não falar sem a presença de um advogado e dizer que não tinha contato com o tio Dinarte de Medeiros. Ela pedia que Pablo rasgasse o bilhete depois de ler. Ele o entregou à polícia.

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O delegado explicou porque enquadrou os acusados por homicídio triplamente qualificado: “Motivo torpe porque o crime foi motivado por uma recompensa, um seguro de vida feito em nome de Jennifer que beneficiaria Ferdinando Tonelli”, observou. “Motivo fútil diante das brigas familiares e da disputa pela guarda da criança de três anos, filho de Jennifer e Pablo”. Por fim, Jennifer não teve nenhuma alternativa de defesa.

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Alemã naturalizada italiana, Jennifer estava no carro alugado pela família na noite do dia 16 de fevereiro, junto com Pablo, Ferdinando, Delma e seu filho. Delma e os Tonelli disseram à polícia terem sido vítimas de latrocínio (assalto seguido de morte). O corpo da alemã foi encontrado no dia seguinte, no km 97 da BR-408, em São Lourenço da Mata, atingido por três balas calibre 38. Com o desenrolar das investigações, a polícia descobriu que a morte foi tramada pela família.