Após familiares denunciarem o desaparecimento do corpo de um bebê no Hospital Pasteur, na zona norte do Rio de Janeiro, nesta semana, outro caso semelhante surgiu. Magnólia Pinto Nunes contou que, há dois anos, a filha Dayanne Pinto Nunes, de 17 anos, grávida de 5 meses chegou ao hospital sentindo fortes dores abdominais. Dias depois, ela e o bebê morreram, mas só Dayanne foi enterrada.

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Segundo Magnólia, após realizar exames na gestante no dia da internação, os médicos detectaram que o bebê ainda estava vivo. No dias seguintes, porém, a jovem começou a sentir fortes dores abdominais e falta de ar, além de um sangramento intenso.

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“A Dayanne me perguntou se tinha muito sangue na fralda (a jovem usava fralda pois estava internada, em repouso), eu respondi que não, para não assustá-la, mas tinha muito”, disse a mãe.

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A família foi comunicada que Dayanne seria, então, transferida para o Centro de Terapia Intensiva (CTI), por causa do agravamento do quadro clínico (febre, falta de ar, vômito, etc).

O noivo de Dayanne, Pablo de Freitas Netto, contou que, depois da transferência, os médicos avisaram que o bebê estava morto e que seria necessária a realização de uma curetagem (procedimento para remover resíduos de dentro do útero).

Logo após o procedimento, Magnólia diz ter perguntado sobre o bebê ao médico, que se limitou a dizer que não sabia o sexo e tampouco o que tinham feito com o corpo.

Netto contou ainda que no dia 12 de setembro foi o último dia que conseguiu falar com a noiva. “Eu disse que assim que ela saísse do hospital iríamos comer no restaurante japonês, que ela amava. Ela respondia gesticulando as mãos e a boca. Depois desse dia aumentaram a sedação, e ela só dormia.”

O jovem diz ainda que durante toda a internação no CTI não tiveram detalhes sobre o quadro clínico de Dayanne. Sabiam apenas que era muito grave. “Eles nos tratavam como qualquer um. Até que resolvi procurar ler sobre o caso dela e argumentei a altura, aí começaram a nos dar um pouco mais de atenção”, disse Netto.

Dayanne morreu em 23 de setembro. Em seu registro de óbito constam como causas da morte insuficiência respiratória aguda, choque séptico e aborto séptico.

Os familiares registraram boletim de ocorrência na 23ª Delegacia de Polícia (Méier) e abriram processos civil, penal e criminal contra o hospital.

Em nota, o Hospital Pasteur afirma que todos os requisitos legais foram cumpridos e que a instituição permanece à disposição da família e das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais.