A família da empresária Silvia Calabresi Lima é a principal envolvida por ação ou omissão no caso de tortura e cárcere privado da menor L.R.S., de 12 anos, descoberto na semana passada. A denúncia da mãe da empresária, do marido e do filho será feita na quarta-feira (26) à Justiça de Goiás pela delegada de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), Adriana Accorsi, de Goiânia, cidade onde o crime ocorreu. A menina sofreu maus-tratos e foi torturada nos últimos dois anos na casa de Silvia Calabresi.
A delegada concluiu após dez dias de investigações que o silêncio e a omissão dos membros da família Calabresi Lima foram os fatores fundamentais para a continuidade das violações contra a adolescente. O relatório com mais de 100 páginas descreve a maneira como L.R.S. era torturada, os locais, horários e instrumentos empregados para tortura, que contou com ajuda da empregada doméstica Vanice Maria Novaes, de 23 anos. A empresária e a empregada estão presas na Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia.
"A tortura foi sistematicamente empregada contra a menor", disse a delegada, que relacionou a mãe de Silvia Calabresi, Maria de Lourdes Biachi Arantes, de 82 anos, o marido Marco Antonio Calabresi Lima, de 42 anos, e o filho Tiago Calabresi Lima, de 24 anos. A mãe e o filho da empresária não se apresentaram hoje à policia para prestar depoimento. A mãe de L.R.S., Joana Darc da Silva, de 40 anos, que "doou" a filha para Silvia, também está sendo denunciada por omissão e entrega ilegal de criança.