Faltam recursos para reajuste

Brasília – O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, disse ontem que o governo não tem recursos financeiros para reajustar em 18% o salário dos servidores federais que estão em greve desde o dia 2 deste mês. O ministro fez a afirmação ao participar da terceira reunião de 2005 da Mesa Nacional de Negociação Permanente. Os representantes dos sindicatos informaram que a greve vai continuar por tempo indeterminado.

?Não temos condições de assumir compromissos de impacto financeiro na folha em 2005. Portanto, queremos fazer com que a negociação derive para o atendimento das cláusulas não financeiras para que sejam feitas ainda este ano?, propôs o ministro. Segundo ele, o reajuste de 18% corresponde a 3 vezes a expectiva de inflação para este ano, e representa impacto de cerca de R$ 15 bilhões na folha de pagamento.

Quanto à greve do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Paulo Bernardo disse que existe interesse de trabalhar junto com o ministro da Previdência Social, Romero Jucá, de promover uma reestruturação geral no órgão. De acordo com o ministro, a intenção é resolver os problemas de gestão, dificuldades de informatização e melhoria no atendimento ao público, e essas e outras medidas que já estão sendo trabalhadas na Previdência.

O representante da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), Moacir Lopes, disse que a reestruturação proposta para o INSS deve ser contextualizada para que a categoria possa debater a questão. Lopes lembrou que a categoria espera uma negociação do plano de carreira que, segundo ele, está em discussão há 20 anos. Para o representante da Federação Nacional das Entidades dos Trabalhadores da Seguridade Social (Fenasps), Jorge Moreira, a greve tem resultado em impacto no governo e a reunião trouxe resultados. ?A greve fez com que o governo começasse minimamente a pautar a negociação que, até agora, estava muito pouco efetiva. A greve impôs essa negociação?, disse ele. Segundo a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), cerca de 150 mil servidores públicos de mais de 30 órgãos federais estão em greve. O INSS e mais quatro categorias iniciaram a greve no último dia 2. A previsão é de que outras categorias, em especial a do ensino, devam entrar em greve na próxima semana.

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