A falta de chuvas e o risco de escassez de água preocupa produtores de flores no interior paulista. “Se tiver racionamento, terei de fechar a porteira”, diz o produtor de rosas Francisco Saito. Em fevereiro e março, no auge do calor, Saito perdeu 20% de sua produção mensal de 60 mil dúzias de rosas. Ele cultiva a flor há 44 anos em Atibaia, a 65 quilômetros da capital, e não terá como manter os cem funcionários sem água para o plantio.
Maior produtora de flores e plantas na região de Holambra, a Terra Viva tem sofisticado sistema de climatização em estufas e sistema de captação de água da chuva. Mantida em grandes tanques, a água é reutilizada e tem sido a salvação da empresa. “Mas estamos com o sinal de alerta ligado em razão da falta de chuvas”, diz o gerente de marketing, Carlos Gouveia.
Mesmo com todo esse aparato, a empresa não passou incólume à seca. O crisântemo, que durante uma parte do ano precisa ser cultivado a céu aberto, registrou queda de produção e houve falta do produto no mercado. “Tivemos de recusar pedidos, pois não tínhamos como atender”, diz Gouveia.
Prejuízos. Segundo ele, produtores sem sistemas de refrigeração e geração de água terão problemas se a estiagem se prolongar. “Muitos não vão plantar nesse período por temer prejuízos”, afirma.
“A maioria dos produtores não tem um plano B, pois nunca passou por situação semelhante”, diz Patrícia Bechelli, gerente de qualidade do Veiling Holambra, maior centro de comercialização de flores e plantas ornamentais da América. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.