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Falta de assistência, cigarro e infecções estão ligadas a nascimentos prematuros

Dar à luz a um bebê prematuro costuma ser uma das preocupações das gestantes, que temem que as primeiras semanas de vida do filho sejam passadas dentro do hospital. Mas, já na gravidez, é possível adotar medidas para evitar que o bebê nasça antes do momento adequado e, caso isso ocorra, o acompanhamento especializado pode permitir que a criança não tenha consequências e se desenvolva com saúde.

Cigarro, dieta inadequada, falta de assistência no pré-natal e doenças como hipertensão e diabete estão associadas ao nascimento precoce, e essas causas fazem parte da divulgação do Dia Mundial da Prematuridade, celebrado nesta sexta-feira, 17 de novembro.

“Sabemos que 10% da população de recém-nascidos é prematura. As causas da prematuridade passam pelo pré-natal inadequado, pode ser desencadeada por uma infecção urinária, sífilis, que aumentou nos últimos anos. Além disso, a grávida não pode ter trabalho extenuante, fazer uso de drogas. Há uma série de medidas preventivas. Outras causas são a reprodução assistida e gestação tardia”, explica Ana Lucia Goulart, coordenadora do Ambulatório de Prematuros e das unidades neonatais dos hospitais afiliados da disciplina de pediatria neonatal da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Ana Lucia diz ainda que, quando não é possível impedir o nascimento prematuro, é importante que a criança seja mantida em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal especializada e, após receber alta, necessitam de cuidados especiais.

“Temos de alertar para a importância do acompanhamento. A maioria dos prematuros vai ficar bem, mas 20% podem ter algum tipo de sequela, que pode ser visual, auditiva, motora, mental ou de crescimento. Não queremos criar pânico, mas não podemos deixar de criar a oportunidade de acompanhar essas crianças.”

Apoio

Desde 2004, o Instituto do Prematuro – Viver e Sorrir, ligado à Unifesp, oferece apoio a bebês prematuros e suas famílias, especialmente aos de baixa renda.

“O foco principal é atender bebês que nasceram com menos de 1.500 gramas e o acompanhamento é feito em três grandes formas. Uma parte é de alimentação, a parte de equipamentos médicos, e o terceiro pilar de apoio é o acompanhamento das famílias no ambulatório de prematuros”, diz Roberto Miranda de Lima, presidente do instituto. “Temos 17 linhas diferentes de profissionais, como psicólogos e fonoaudiólogos que acompanham essas crianças ao longo da primeira fase de vida.”

A entidade oferece suporte aos Hospitais São Paulo, Municipal Vereador José Storopolli, Estadual de Diadema, Geral de Pirajussara, Ambulatório de Prematuros e Ambulatório de Icterícia, que, a partir do próximo ano, serão incluídos em um projeto de doação de fraldas desenvolvidas para prematuros, que já foi aplicado em países da América Latina.

O CEO da Kimberly-Clark no Brasil, Gustavo Schmidt, diz que a ideia desse projeto é suprir a necessidade por fraldas nessas UTIs Neonatais, já que, segundo ele, é comum que profissionais que trabalham nesses locais “montem” fraldas a partir de modelos maiores para usar nos prematuros.

“Os bebês prematuros são menores que os nascidos a termo. Eles cortam a fralda para que bebês tão pequenos não fiquem com as perninhas muito abertas, porque isso pode trazer sequelas. O momento do nascimento de um filho é muito importante, a família está feliz, mas sabemos quão difícil é quando o bebê é prematuro. É importante dar confiança de que vai dar tudo certo, dar ajuda emocional para os pais.”

Segundo Schmidt, as fraldas doadas são de um modelo específico para prematuros e fazem parte de um projeto-piloto que, futuramente, deve ser estendido “para outros hospitais e ver a possibilidade de alcançar todos os prematuros no Brasil.”

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