Araçatuba (AE) – Medicamentos do coquetel antiaids voltam a faltar nos postos de atendimento público em todo o País. Em São Paulo, onde se concentram mais de 50% dos soropositivos, o desabastecimento ocorre há 15 dias e prejudica cerca de 65 mil doentes que procuram os serviços públicos para garantir o tratamento.
As farmácias que atendem portadores do vírus HIV na capital, Grande São Paulo, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, relatam a falta dos medicamentos Biovir, Saquinavir e Amprenavir, e o fracionamento na entrega do Tenofovir. Além disso, algumas anunciam a falta de kits para exames de carga viral, que são feitos a cada três meses para determinar se o paciente está reagindo ao tratamento.
Na tentativa de cobrir as falhas de abastecimento, o Programa Estadual de aids está remanejando medicamentos de uma Direção Regional de Saúde (DIR) para outra e fracionando a entrega deles.
Na capital paulista, o Conselho Municipal de Saúde comunicou ao Fórum ONG/Aids que o problema ocorre há cerca de 10 dias. ?Os estoques de Saquinavir e Amprenavir foram zerados e a entrega de Tenofovir foi fracionada para 10 dias. Além disso, há falta de kits para exames de Aids e para carga viral?, contou Regina Pedrosa, do Conselho Municipal de Saúde. Em Mauá, na Grande São Paulo, a denúncia é de falta de Saquinavir e de kits para carga viral.
O presidente do Fórum ONG/Aids de São Paulo, Américo Nunes Neto, protestou contra a situação afirmando que o problema ocorre ?por falta de um controle mais efetivo na administração da entrega dos medicamentos?.
Segundo ele, quem sofre com a falta de gerenciamento é o soropositivo. ?O paciente não pode ficar à mercê dessa situação, indo e voltando das farmácias, mesmo porque a maioria deles não tem condições financeiras para isso?, diz. De acordo com Nunes Neto, desde o início de janeiro o fórum recebe indicativos da falta de anti-retrovirais. ?Este é um problema que acaba prejudicando o combate a aids com a não-adesão à medicação.?
