Falsos voluntários tentaram roubar doações feitas às vítimas da chuva em Teresópolis, na região serrana do Rio, na última quinta-feira, após a tragédia que matou mais de 600 pessoas no Estado.
Homens e mulheres que haviam feito um cadastro para ajudar os desabrigados foram flagrados por funcionários do governo tentando levar uma grande quantidade de garrafas d’água e sacolas de roupa do Ginásio Pedro Rage Jahara (Pedrão), onde está parte das famílias vitimadas pelo desastre.
Segundo o governo do Estado, a segurança no abrigo foi reforçada por policiais militares e agentes responsáveis pela Operação Lei Seca, deslocados para a região serrana.
Desde os incidentes, os voluntários só podem retirar mantimentos do ginásio se apresentarem um documento assinado por um dos responsáveis pelo abrigo. No papel, deverá constar ainda uma lista dos objetos que serão levados às vítimas.
Os casos de tentativa de extravio foram considerados isolados. Centenas de voluntários trabalham no município de Teresópolis para atender a população atingida, auxiliar o reconhecimento de corpos e realizar a triagem de donativos.
O volume de mantimentos enviados à cidade foi tão grande que os desabrigados que ocupavam o Ginásio Pedrão deverão ser transferidos para outros 14 locais nos próximos dias. Igrejas, um galpão e uma pousada serão usados para receber as famílias que não têm onde morar.
“Como concentramos aqui as doações recebidas pelo município, o local deixou de ser confortável para a população, pois o material chega durante todo o dia e à noite. Nos demais abrigos, haverá uma estrutura melhor para atender as famílias”, explicou Rita Valadão, da Secretaria Municipal de Assistência Social.
Apesar do grande volume de mantimentos que chegaram à cidade, a prefeitura de Teresópolis e voluntários alertam que precisam de velas, que deverão ser enviadas a moradores de comunidades que ainda estão isoladas e sem energia elétrica.
Alimentos como sal, açúcar e café também estão na lista de primeiras necessidades, além de roupas, uma vez que as famílias não têm data para deixar os abrigos públicos.
Voluntários reconhecem que ainda há grande dificuldade de chegar a determinados pontos onde há sobreviventes que precisam de água e alimentos. Pilotos de motocross se ofereceram para tentar acessas essas regiões.
A localidade de Santa Rita é considerada um dos pontos mais críticos, onde as estradas foram destruídas e não há iluminação. Pelo menos seis famílias também estão isoladas na região do Pessegueiro.