Considerado o maior acidente ambiental do País, o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco completa hoje um ano com uma incógnita: ainda não se sabe exatamente qual foi a extensão do dano ambiental nem tampouco quanto tempo será necessário para haver uma recuperação total.

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Apesar de esforços de órgãos como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Ibama e de universidades e pesquisadores independentes de iniciar coletas e análises, logo depois que a lama varreu Bento Rodrigues e atingiu o Rio Doce rumo ao mar e nos meses seguintes, alguns trabalhos foram interrompidos em abril por falta de verba e só estão sendo retomados agora.

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É o caso do impacto no litoral, onde a lama desaguou a partir da foz do Rio Doce. Roberto Sforza, técnico do ICMBio e chefe da Área de Proteção Ambiental Costa das Algas, uma das unidades de conservação no Espírito Santo que foi atingida pela lama, explica que duas expedições oceanográficas foram feitas, em janeiro e abril, para a coleta de amostras de água, sedimentos, micro-organismos e recursos pesqueiros para identificar possíveis contaminações. Foi dessas primeiras análises que surgiu o alerta de que peixes e crustáceos estavam contaminados, o que levou à suspensão da pesca. Mas depois de abril não foi possível concluir nem a análise de material coletado.

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“As expedições ocorreram com recursos nossos, remanejados de outros projetos, e de universidades como a Federal do Espírito Santo, mas quando nosso dinheiro acabou, tivemos de parar”, disse. Ele explicou que somente agora, com o termo de ajustamento de conduta com dinheiro repassado da Samarco para isso, é que deve ser iniciado um monitoramento pelos próximos cinco anos.

“A verdade é que hoje não temos como dimensionar o dano nem caracterizá-lo. O que sabemos é que os rejeitos que chegaram ao mar se espalharam por toda a plataforma do litoral do Espírito Santo. E, dependendo de ventos, frente fria, correntes marinhas, chegaram a Abrolhos e ao litoral norte do Estado do Rio. Mas que efeitos causaram não é sabido nem quanto tempo vai levar para recuperar.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.