A expansão das universidades públicas promovida pelo governo federal aprofundou um antigo problema das instituições: a dificuldade de se contratar professores com doutorado. A carência é maior nas Regiões Norte e Centro-Oeste. Apenas neste ano, as federais de Rondônia (Unir), Pará (UFPA) e Amazonas (Ufam) tiveram de reabrir concursos públicos para docentes por falta de inscritos qualificados.
Não há dados nacionais sobre o tamanho do déficit de doutores e mestres, mas, para suprir a demanda, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) lançou em dezembro de 2008 um plano de estímulo a novos programas de pós-graduação.
Uma comissão com representantes dos Ministérios da Educação (MEC), do Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia foi formada em julho de 2009 para implantar o Programa de Apoio à Pós-Graduação (PAPG), mas, até agora, poucas ações concretas foram tomadas.
“Por causa do Reuni (programa do governo federal de expansão das universidades, lançado em 2003) foram abertas entre 10 mil e 12 mil vagas para professores. E nós queremos que todos sejam doutores”, afirmou Ana Deyse Dorea, vice-presidente da Andifes. “O País não estava preparado e, em especial, os câmpus localizados no interior têm enfrentado dificuldades para preencher todas as vagas com doutores.”