Exército pede volta das pesquisas

Rio – Criado nos anos 80 e “congelado” nos anos 90, o Centro de Tecnologia do Exército (Ctex) quer retomar os investimentos e ampliar a sua área de atuação em pesquisa e desenvolvimento ligados à segurança e defesa nacional. Os campos a serem explorados são diversos e passam pela colaboração com universidades e empresas, conforme o chefe do Ctex, general Umberto Ramos de Andrade, disse em entrevista. “Temos projetos na área de telecomunicações, eletrônica, transportes e todos os setores de interesse da segurança e defesa nacional”, explica.

O referencial é o centro tecnológico da Aeronáutica, em que alguns projetos foram relevantes para o desenvolvimento de uma indústria aeronáutica no Brasil, materializada na Embraer. A intenção do Exército é desenvolver parcerias que tragam benefícios às Forças Armadas, ao mesmo tempo que fortalece a área empresarial brasileira, num processo que Andrade define como “dual”.

Cuidadoso no uso das palavras, o militar observa que os termos “segurança” e “defesa nacional” já foram mal utilizados no passado recente do País, mas ele considera que esse é um assunto superado e ele não tem dúvida de que o País precisa investir no desenvolvimento de tecnologias sensíveis. “Não se pode ser ingênuo nessa área. Há algumas tecnologias que você não consegue acesso no mercado internacional. Se o País pretende ter Forças Armadas, é preciso fazer esses investimentos”, alerta. Quanto à necessidade das Forças Armadas, o militar considera a questão superada, já que “isso está na Constituição brasileira”.

Além de ser o certificador oficial para os equipamentos utilizados pelo Exército, o Ctex conta com outros trunfos, assinala o militar. Um deles é a possibilidade de mobilizar os formandos do Instituto Militar de Engenharia (IME), um dos mais conceituados centros de ensino do País. O Ctex tem área construída de 26 mil metros quadrados no bairro de Guaratiba, no Rio de Janeiro. A área total soma seis mil hectares e fica próxima à restinga de Marambaia, utilizada como campo de provas do Exército, o que permite atuação conjunta. Nos planos do Exército, prevê-se também a utilização de outra área, na cidade de Adrianópolis, próxima a Nova Iguaçu, na baixada fluminense.

Mesmo com atribuições tão amplas, o orçamento do Ctex é pequeno. Segundo Andrade, a unidade conta com R$ 5 milhões em 2004 para desenvolver os seus projetos de pesquisa, bem inferior aos R$ 240 milhões destinados para a tecnologia aeroterrestre. Uma das metas do Ctex é conseguir acesso aos recursos de alguns fundos setoriais administrados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério de Ciência e Tecnologia. Nas parcerias com empresas, Andrade destaca um projeto com a Petrobras, num projeto de engenharia inercial.

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