Executivo não negocia com o funcionalismo

Brasília – O chefe da Casa Civil, José Dirceu, fechou as portas do Executivo para qualquer negociação em torno da reforma da Previdência com os funcionários públicos. Dirceu e mais sete ministros assinaram ontem com entidades representativas do funcionalismo, um termo de compromisso, criando uma comissão permanente de negociação para discutir interesses da categoria que não estejam relacionados com as reformas. Ele transferiu para o Congresso negociações sobre eventuais mudanças no projeto.

“O Congresso é o espaço de repactuação da reforma. O ministro (da Previdência Social, Ricardo) Berzoini está aberto ao diálogo, mas o Congresso é o espaço privilegiado”, afirmou Dirceu, após o encontro com sindicalistas. Preparado para qualquer surpresa no embate com os funcionários públicos, Dirceu pediu para ser o último a discursar. Assim, poderia responder a qualquer afirmação mais provocativa que pudesse ser feita por algum representante dos funcionários. Ao ouvir o pedido de retirada da proposta de reforma da Previdência, reiterou que não há mais espaço para negociações a respeito da mudança na Previdência. “Este é um governo de partido, de coalizão partidária, e existem negociações no Congresso”, afirmou.

Enfrentamento

Ainda no ato de assinatura do termo de compromisso, o chefe da Casa Civil quis deixar claro que o governo não negocia a reforma da Previdência, mas não foge do debate: “Vocês nos conhecem e sabem que sempre estamos com a guarda em alta e preparados para a disputa política e social. Nós não corremos do debate político e da disputa franca e democrática”.

A declaração foi recebida como um desafio pelos líderes dos funcionários, alguns, visivelmente irritados, com a dureza do número 2 do Palácio do Planalto. “Essa é uma posição de enfrentamento deles. Quanto a nós, se não pudermos atingir a ponta do queixo deles, pelo menos, tentaremos desgastar, minar a resistência deles”, afirmou o tesoureiro do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Antônio Luís de Andrade.

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