A execução de um casal brasileiro em Assunção, no Paraguai, na tarde de segunda-feira, 2, pode ter ligação com a morte do megatraficante Jorge Rafaat Toumani, conhecido com o “rei da fronteira”, segundo autoridades paraguaias. Pablo Jaques Silveira, de 41 anos, e sua namorada, a estudante de medicina Milena Soares Bandeira, passaram o réveillon na capital paraguaia e passeavam pelo bairro Republicano, quando tiveram a caminhonete Hilux metralhada pelos ocupantes de outros dois veículos. Silveira foi atingido por 30 disparos e sua namorada, por um único tiro na cabeça. Uma irmã da jovem que estava no banco traseiro da caminhonete sobreviveu ao ataque.

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De acordo com o Ministério Público do Paraguai, Silveira seria o elo entre o brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, preso naquele país, e o foragido Elton Leonel Rumich da Silva, o ‘Galã’, suspeitos de organizar o ataque contra Jorge Rafaat, em junho de 2016. Os dois homens teriam sido apoiados pela facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), interessada no controle do tráfico na região.

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Informes obtidos pelo Ministério Público indicam que Silveira visitava regularmente o narcotraficante na prisão. À polícia de Assunção, a jovem que sobreviveu ao ataque disse que os autores dos disparos eram brasileiros, pois usaram expressões com gírias. Os veículos usados pelos assassinos foram abandonados horas depois. A sobrevivente foi incluída num programa de proteção a testemunhas.

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A advogada de Pavão, Laura Casuso, confirmou ao jornal paraguaio ABC Color a ligação de Silveira com seu cliente. Segundo ela, o brasileiro morto cuidava havia cinco anos de questões financeiras do traficante e havia uma relação de confiança entre os dois. Ela acredita que a execução de Silveira foi “um recado” ao grupo de Pavão.

O brasileiro foi morto com arma que usa projéteis expansivos. Ele morava em Pedro Juan Caballero, cidade da fronteira entre os dois países, onde Milena fazia Medicina. A família da jovem reside em Dourados (MS). Nesta quarta-feira, 4, a direção de Assuntos Internacionais do Ministério Público paraguaio providenciava os trâmites consulares para o traslado do corpo.