“Excesso de agentes químicos” matou Ryan Gracie

Parada cardiorrespiratória, causada por ?excesso de agentes químicos? – que agiram no sistema nervoso central e interferiram no mecanismo automático da respiração. Essa foi a causa da morte do lutador Ryan Gracie, encontrado morto na cela do 91º DP (Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo), na manhã de sábado. O laudo necroscópico do Instituto Médico-Legal (IML) descarta causas externas, como alguma agressão – a briga com os motoboys durante a prisão provocou lesões corporais leves.

A direção do IML espera agora o resultado dos exames toxicológicos para saber que tipo de agente provocou a parada respiratória e de que forma cada elemento químico presente no corpo interagiu para a morte. Para os legistas, não será um trabalho difícil, por causa das circunstâncias do caso. Gracie foi levado até o IML no meio da madrugada de sábado – onde foi extraída uma amostra de seu sangue, antes de ele ser levado para a carceragem do 91º DP. Assim será possível saber como o lutador estava no momento em que foi preso. Depois, quando chegou à cela da delegacia, recebeu remédios do médico particular, o psiquiatra Sabino Ferreira de Farias Neto

Ao ser preso, Ryan Gracie admitiu que havia usado cocaína, maconha e o remédio ansiolítico Frontal (calmante). Ele se dizia perseguido pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e, por isso, havia entrado num Corolla e dominado o motorista com uma faca. A vítima conseguiu sair do carro. Ryan assumiu a direção e bateu o veículo. Tentou, então, apoderar-se de uma moto. Abordou um motoboy com a faca, mas a vítima reagiu. Desferiu-lhe um golpe na cabeça com o capacete. Ajudado por outros motoboys, o motociclista dominou Gracie e chamou a polícia, que o levou ao 15º DP.

Depois de depor, o lutador foi levado ao IML para fazer o exame toxicológico. Pouco tempo depois, no 91º DP, como o lutador continuava agitado, o médico contratado pela família receitou os remédios Dienpax (calmante), Leponex (contra esquizofrenia), Topamax (anticonvulsivo) e Capoten (anti-hipertensivo). A Corregedoria da Polícia Civil, que apura o caso, já ouviu o médico, que foi criticado por colegas por não ter pedido a internação em um hospital e pela quantidade de remédios que receitou ao paciente. Os corregedores já conversaram com os policiais que estavam de plantão no 91º DP quando o lutador foi achado morto na cela.

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