O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse que o senador baiano Antonio Carlos Magalhães (DEM), que faleceu nesta sexta-feira (20), após 37 dias hospitalizado, marcou "a história da Bahia e do Brasil". FHC não deixou de mencionar os atritos que os dois políticos tiveram quando ele era presidente da República, mas elogiou ACM como "homem importante, forte, rápido, respeitoso, polêmico e encantador quando queria". E emendou: "Embora tivéssemos tido momentos de dificuldade em nosso relacionamento político, ele ajudou decisivamente o meu governo e o Brasil, especialmente, quando na Presidência do Senado e do Congresso, viabilizou reformas importantes".
FHC esteve nesta sexta-feira no Instituto do Coração em São Paulo (Incor-SP) para prestar solidariedade aos familiares do senador. Sem falar com a imprensa, FHC emitiu comunicado após a visita. Antes aliados, FHC e ACM romperam em 2001, após a eleição de Jader Barbalho (PMDB-PA) para a presidência do Senado. À época, ACM considerou a escolha como uma traição e passou a dar apoio à instalação de uma CPI na Câmara e no Senado para investigar suposta corrupção do governo FHC.
A ação do senador baiano se deu justamente na época em que se apurava o seu envolvimento na violação do painel eletrônico da Casa, durante votação da cassação do ex-senador Luiz Estevão. As intenções de ACM eram claras: atacar o governo para tentar retardar o processo de sua investigação.
Ainda em comunicado, o ex-presidente avaliou o senador baiano como "um inimigo temível para quem estivesse no campo oposto". E seguiu tecendo elogios a ACM: "Diferentemente dos políticos tradicionais, Antonio Carlos Magalhães tinha preocupação com a eficiência e a competência". Por fim, FHC diz que, independente da perspectiva política a partir da qual ACM seja avaliado, "é indiscutível que foi um homem de coragem e talento, que guardou até o fim o ânimo para combater pelo que acreditava".
