Rio – Uma megaoperação da Receita Federal, Polícia Federal e Justiça Federal realizada ontem prendeu fraudadores do INSS e da Receita Federal. Cinco pessoas já foram detidas, entre elas o ex-presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, que foi encontrado em seu escritório no centro do Rio. Edmundo é acusado de fazer parte de uma quadrilha formada por 11 funcionários da Receita Federal e três do INSS que seria responsável por prejuízos que podem chegar a R$ 1 bilhão. A acusação é de que a quadrilha oferecia um serviço para limpar dívidas de empresas, que eram retiradas do cadastro da Receita Federal.
No início da tarde, ele foi levado em um camburão para a sede da Polícia Federal.
O juiz da 3.ª Vara Federal, Lafredo Lisboa, começou a ouvir as cinco pessoas presas ontem pela manhã, envolvidas com as fraudes. Além de Edmundo, também foram presos o titular da Delegacia de Arrecadação Tributária, José Goez, dois auditores da Receita Federal e o intermediário Alberto Correa Neto, apontado como elo entre os vários integrantes do grupo. Os detidos deverão cumprir prisão temporária de cinco dias até o fim das investigaçoes.
O advogado de Edmundo, Geraldo Magela, entrou com um pedido de habeas corpus na Justiça Federal tentando relaxar a prisão do seu cliente. Ele alega que Edmundo está sendo vítima de vingança por parte dos empresários de Ronaldinho, Reinaldo Pitta e Alexandre Martins, processados por corrupção do propinoduto e soltos recentemente.
O aparato policial para realizar a prisão de Edmundo contou com mais de 50 policiais armados, até mesmo de metralhadoras. O camburão da PF estava praticamente dentro da portaria do prédio Martinelli, na av. Rio Branco, uma das principais do centro do Rio de Janeiro. A prisão atraiu mais de 500 curiosos, que gritavam “ladrão” na porta do prédio, e três das cinco faixas da avenida tiveram que ser fechadas por uma hora.
Os 28 mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz da 3.ª Vara Federal, Lafredo Lisboa. Mais de 70 policiais federais estão nas ruas para cumprir os mandados restantes. De acordo com o juiz, as investigações começaram há seis meses, numa operação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público e Receita Federal. Inicialmente, o alvo era o INSS mas, com o tempo, disse o juiz, verificou-se que a fraude maior era na Receita Federal.