O ex-primeiro-ministro da Itália Massimo D?Alema pediu hoje que os países desenvolvidos “ajudem” o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. “Lula precisa ser ajudado pela Comunidade Internacional”, disse.
Segundo ele, a vitória de Lula representa uma extraordinária mudança para toda a América Latina no combate às desigualdades sociais.
O político italiano se disse favorável à abertura comercial e à queda das barreiras alfandegárias entre o Brasil e a Europa. Segundo ele, existe disposição a este respeito no atual governo italiano, de Silvio Berlusconi.
“É apenas uma questão de tempo para as barreiras cairem, já que são insustentáveis”, disse D´Alema.
“Seria gravíssimo se o mundo não entendesse a esperança representada por Lula, que não é só do Brasil, mas de um continente inteiro”, disse D?Alema, do Partido Democrático de Esquerda, após encontro com Lula hoje, no comitê do PT na Vila Mariana. “As conseqüências seriam muito grandes”, continuou.
D?Alema afirmou que não deu “conselhos” ao presidente eleito, pois ele já teria demonstrado “ser muito eficiente em perseguir seus objetivos”.
O secretário-geral do PT, Luiz Dulci, informou que ainda haveria novas reuniões com a comitiva do político italiano para discutir principalmente as soluções da Itália para o combate ao crime organizado.
D?Alema disse que tinha certeza de que Lula seria eleito presidente do Brasil. “Em junho, durante a campanha, quando nos encontramos, expressei isso a ele, mesmo sabendo que, principalmente naquele momento, a pressão dos mercados era muito grande.”
“Nós [o PDS] sempre consideramos o PT uma realidade original e interessante da esquerda latino-americana. Inclusive por isso, defendemos a aproximação da internacional socialista com o partido”, afirmou.
D?Alema afirmou ainda que nem o fim do equilíbrio político da Europa ? resultado do crescimento de uma direita populista nos últimos pleitos ? irá dificultar a ampliação das relações comerciais entre a União Européia e o Mercosul defendido por Lula. “A forma como os países europeus, da França de Chirac à Espanha de Aznar, receberam a eleição de Lula mostra que ele não é somente interlocutor da esquerda, mas da União Européia.”