O ex-policial civil Marco Túlio Prata acusou o irmão, o ex-contador da DNA Propaganda, Marco Aurélio Prata, de comandar um atentado e planejar a morte do empresário Marcos Valério Fernandes dos Santos e do seu sócio, Ramon Hollerbach Cardoso. Em depoimento na Justiça Federal, ele afirmou ser o único preso do mensalão até o momento e apresentou uma série de acusações contra o irmão e isentou Valério de qualquer denúncia. "Ele (Marco Aurélio) ia eliminar o Marcos Valério e matar um sócio dele, que se chama Ramon Cardoso", afirmou à juíza Raquel de Lima Vasconcelos.
Segundo Pratinha, como é conhecido, a motivação seria financeira. "Provavelmente deixaram de dar a ele algum dinheiro prometido", disse. "Não sei se existiu algum conchavo." O ex-policial afirmou que o irmão pediu a ele, em duas oportunidades, que matasse Valério. Disse também que Marco Aurélio, junto com outras duas pessoas, foi responsável por disparos contra a casa de o empresário em Belo Horizonte. Mas não informou a data do suposto atentado.
"Me rotulam como um prisioneiro contumaz, mas não tive coragem de atirar na casa do senhor Marcos Valério. Ele (irmão) me convidou." Pratinha cumpre pena por homicídio. Em 2004, ele invadiu um hospital de Belo Horizonte e assassinou um jovem que havia atirado em seu filho.
Sonegação
Na ação penal por sonegação fiscal contra Valério e seus ex-sócios que tramita na 9ª Vara Federal de Belo Horizonte, o ex-policial é acusado de ocultação e destruição de documentos fiscais. Denúncia do Ministério Público Federal (MPF) aponta sonegação de R$ 54,7 milhões de tributos entre os anos de 1999 e 2002. Durante o auge do mensalão, em julho de 2005, a Polícia Civil flagrou queima de notas fiscais da DNA na casa de Pratinha.