Em 1999, 42 mil mutuários em mais de 30 cidades brasileiras foram atingidos pela falência da Encol, na ocasião a maior construtora de prédios residenciais do País. Seis anos após a quebra, a dívida da Encol chega da R$ 1,46 bilhão e os mutuários ainda não foram ressarcidos pelo menos do valor que haviam pago até aquele momento à construtora. O prenúncio de algo muito ruim que cairia sobre as cabeças dos mutuários era percebido pelo ritmo muito lento das obras, até que sobraram apenas os esqueletos dos prédios onde seria construída a casa própria de milhares de pessoas.
Para não ver o dinheiro investido se perder na prática, a única saída para os ex-mutuários foi terminar a obra com dinheiro do próprio bolso. As famílias tiveram que criar verdadeiras empresas para administrar as obras. Depois da autorização da Justiça, a construção foi retomada em cerca 500 prédios da Encol em todo o País. Para muitos, reerguer o sonho de ter o apartamento novo durou quase uma década até que se pudesse definir as regras do condomínio, escolher o primeiro síndico e programar a mudança.