Brasília – A ex-ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro terá que devolver aos cofres públicos R$ 2,9 mil. Uma análise da Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que dos R$ 171,5 mil gastos por Matilde com o cartão corporativo do governo federal em 2007, R$ 22,4 mil não foram suficientemente justificados até o momento.
Segundo a CGU, Matilde Ribeiro já devolveu R$ 2,8 mil, referentes a gastos em lojas de aeroportos, a empresa de transporte aéreo e a despesas com alimentação cujos comprovantes não apresentavam discriminação dos itens consumidos, os valores e o número de pessoas que participaram da refeição.
A CGU também aceitou o pedido de prazo de 30 dias para que a ex-ministra justifique a necessidade de pagamento de horas extras de motoristas, no valor de R$ 19,2 mil. Ela também deve comprovar, no mesmo prazo, o recolhimento de R$ 240,72, correspondente ao valor pago a mais à empresa Localiza, por erros em duas faturas de locação de veículos.
Do total do valor que Matilde terá que devolver, R$ 1,1 mil são referentes a gastos com aluguel de veículos, que correspondem às maiores despesas das ex-ministra com o cartão do governo em 2007 (74,5%). Outros R$ 745,80 que deverão ser devolvidos são referentes a despesas com alimentação consideradas inelegíveis ou feitas com mais de uma pessoa.
Os auditores da CGU identificaram na análise da documentação falhas de natureza formal, como ausência de informações na maioria das notas e descrição imprecisa do serviço.
Os auditores recomendaram à Seppir a realização de processo licitatório para a contratação de serviços de locação de veículos, por causa da utilização regular desse serviço e seu expressivo valor anual.
Matilde Ribeiro deixou o cargo no dia 1º de fevereiro, sob suspeita de uso irregular do cartão de crédito corporativo.