A ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro, negou que tenha havido "má-fé" na compra pessoal que fez com cartão corporativo em um freeshop. Segundo ela, houve uma troca de cartões.
"Tenho um cartão pessoal na mesma cor e na mesma bandeira do cartão de pagamento do governo federal. Quando voltava de uma viagem feita a trabalho, usei o cartão. Todas as viagens internacionais, quando tenho condições, passo no freeshop e faço compras de acordo com as minhas posses. Houve uma troca de cartões", disse a ex-ministra à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos.
Matilde explicou que chegou a ser notificada pela Seppir sobre o uso indevido do cartão e "aguardava o recebimento do salário" para devolver o dinheiro. "Fiz cinco viagens internacionais e em apenas um momento cometi essa troca dos cartões. Não foi uma situação intencional e o dinheiro já foi devolvido à administração pública", disse.
No ano passado, Matilde gastou R$ 171,51 mil no cartão durante viagens de trabalho, com diárias, aluguel de carros, hospedagem e compras em freeshops. Desse total, a Controladoria-Geral da União (CGU) considerou que R$ 22,4 mil não foram justificados de forma satisfatória. A CGU determinou que a ex-ministra devolvesse imediatamente R$ 2,9 mil aos cofres públicos. Desse total, Matilde Ribeiro já devolveu R$ 2,8 mil.
"Devoluções não implicam reconhecimento de culpa", disse a ex-ministra que depois da divulgação dos gastos pediu demissão do cargo. "Houve a decisão da minha parte de pedir demissão do cargo. Considerando a importância da política, tomei a decisão de privilegiar a política".