O empresário Djalma Brugnara Veloso, de 49 anos, suspeito de ter matado a ex-mulher em um condomínio de luxo em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi encontrado morto hoje em um motel próximo à residência onde ocorreu o crime. Ele entrou no motel na madrugada de ontem, poucos minutos após deixar a mansão onde a procuradora federal Ana Aline Moreira de Melo, de 35, foi morta. O corpo dela foi enterrado hoje no Cemitério Bosque da Esperança, na capital mineira.

continua após a publicidade

Veloso foi encontrado esta madrugada na cama do motel, com pelo menos nove facadas pelo corpo, por funcionárias que estranharam ele ter permanecido todo o dia no quarto sem fazer nenhum pedido. Ao lado do corpo havia uma faca que será submetida a uma perícia para verificar se foi a mesma usada para assassinar a procuradora. Ana Alice estava em processo de separação de Veloso e uma semana antes de ser morta registrou queixa contra o ex-marido por ameaça de morte.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o registro da ocorrência levou o juiz titular da Vara Criminal da Infância e da Juventude de Nova Lima, Juarez Azevedo, a determinar que o acusado mantivesse distância mínima de 30 metros da ex-mulher, não entrasse em contato com ela ou com os filhos de 2 e 4 anos do casal por nenhum meio de comunicação e se afastasse da residência do casal.

Testemunhas ouvidas pela polícia confirmaram que ele frequentava constantemente a casa, apesar do processo de separação. O magistrado foi o mesmo que decretou a prisão preventiva do empresário na quinta-feira.

continua após a publicidade

Mas não houve tempo para que Veloso, dono de uma locadora de veículos, fosse notificado sobre as medidas judiciais. Na quarta-feira, 1º, porém, ele havia sido intimado a prestar depoimento à Polícia Civil por causa das ameaças de morte. Na mesma noite, foi para a residência de Ana Alice e iniciou uma briga com a ex-mulher, que se estendeu até a madrugada e terminou com a morte da procuradora. A babá dos filhos do casal trancou-se com as crianças no banheiro durante a discussão.

A delegada Renata Fagundes, responsável pelas investigações do assassinato, afirmou que já está descartada a presença de outras pessoas na casa na hora do assassinato e que “tudo indica que foi ele (Veloso) que matou”. “A motivação seria passional. Um desacerto por causa da separação. Diz respeito a uma separação geral e tudo que ela envolve. Mas a gente precisa ouvir outras testemunhas para ter certeza”, ressaltou. Segundo a policial, “duas ou três” testemunhas ainda devem ser ouvidas e ela vai aguardar os laudos periciais para concluir o inquérito.

continua após a publicidade

Já a morte do empresário será investigada pelo Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Belo Horizonte e a delegada disse que ainda não pode atestar que ele suicidou-se, mas que “as lesões são de autoextermínio”. O corpo de Veloso foi periciado no Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte e enterrado hoje à tarde no Cemitério Parque da Colina, também na capital.