O diretor exonerado de Bangu 1, Ricardo Couto, reconheceu ter conhecimento sobre o ?banho de sangue? que haveria no presídio, mas disse que não precisava comunicar a Secretaria de Segurança do RJ porque a informação partiu de lá. ?Recebi um fax do Cinpol (Centro de Inteligência da Polícia) que alertava para a possibilidade de um confronto. Avisei o Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário), a juíza da Vara de Bangu e a promotoria?, disse.
O fax teria sido recebido na quinta-feira (05), véspera do depoimento de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar e levou o Desipe a reforçar o esquema de segurança para a ida do traficante ao fórum.
Traído – Ricardo Couto prestou depoimento hoje na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e disse que se sente traído pelos agentes do Desipe, que estavam de plantão. ?Eu confiava na minha equipe.?
Couto afirmou que no dia da rebelião foi perseguido na Avenida Brasil. Ele acredita que seria seqüestrado. ?Eu seria um refém do lado de fora do presídio?, disse. O ex-diretor se queixou de que até agora não foi comunicado oficialmente da exoneração. Ele contou que durante o processo de negociação com os rebelados os presos Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, e Francisco Paulo Testa Monteiro, o Tuchinha, se aproximaram dele e disseram: ?Doutor, o senhor caiu?.
O chefe de Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, disse que o Cinpol cumpriu o seu papel, de transmitir a informação apurada. ?Agora, a segurança intramuros era responsabilidade dele, não da Polícia Civil. Ele que tomasse as providências cabíveis?, afirmou. A Assessoria de Imprensa do secretário de Segurança, Roberto Aguiar, informou que ele não se manifestaria sobre o caso.
