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Ex-chefe do Choque toma posse como comandante-geral da PM de SP

Com dois meses de antecedência, tomou posse nesta sexta-feira, 17, o novo comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Nivaldo Cesar Restivo, de 52 anos, ex-chefe do Batalhão de Choque.

Ele irá substituir Ricardo Gambaroni, que inicialmente deixaria o cargo em maio, ao completar o período máximo de cinco anos na função de coronel. Pelo mesmo motivo, o novo ocupante poderá permanecer na função até fevereiro de 2018. A cerimônia ocorreu na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, no bairro Água Fria, zona norte de São Paulo.

Presente no evento, o governador Geraldo Alckmin afirmou que a Polícia Militar é “talvez a melhor da América Latina”, elogiou a gestão do comandante anterior e chamou Restivo de um “homem de estratégia, larga experiência e capaz de fazer um grande trabalho”. “Não é uma questão de linha dura ou não, é de inteligência e estratégia”, disse.

Também presente na posse, o secretário estadual de Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, afirmou que a PM está em “absoluto equilíbrio institucional” e descartou qualquer possibilidade de que se repita em São Paulo o motim da PM que ocorreu no Espírito Santo neste ano. “Tenho certeza absoluta que a disciplina e a hierarquia das nossas polícias garantirão a manutenção da ordem pública”, defendeu ele, que descartou um anúncio de aumento salarial para a categoria enquanto não houver “melhora na condição financeira” do Estado.

Além disso, Barbosa Filho antecipou ter encaminhado para a assessoria técnica da Assembleia Legislativa uma proposta para permitir que um comandante da PM permaneça no cargo até o fim do mandato do então governador, mesmo que ultrapasse o teto de cinco anos no cargo de coronel, o que poderia garantir a permanência de Restivo no cargo até o fim do próximo ano.

Gestão

Em coletiva de imprensa, o novo comandante declarou que sua gestão terá como principal preocupação o combate a crimes contra a vida e o patrimônio, como roubos e furtos, pois são os que, segundo ele, “aumentam a sensação de insegurança”. “Nossa preocupação é manter todos os indicadores em patamares bem reduzidos”, afirmou. À reportagem, o comandante não quis comentar a proposta enviada à Assembleia Legislativa pelo governo Geraldo Alckmin para aumentar o teto da aposentadoria de policiais militares para 60 anos. “Vou deixar que os deputados debatam isso”, respondeu.

Em seu discurso, antecipou querer tornar a instituição mais forte ao investir na valorização e melhoria profissional da PM, além de qualificar a gestão, reduzir despesas e reduzir os índices de vitimização. “A nossa função sempre será a de preservar vidas, o que inclui vítimas, infratores da lei e o próprio policial militar”, disse.

Histórico

Restivo ingressou na Academia de Oficiais do Barro Branco em 1982, passou pelo Batalhão de Choque, a Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), além de outros destacamentos da PM.

Tenente do Segundo Batalhão de Choque da PM em outubro de 1992, estava em serviço no dia do Massacre do Carandiru, e denunciado à Justiça em processo que foi extinto após prescrever. Ele afirma, contudo, ter sido responsável na data exclusivamente pelo suprimento de material logístico da tropa. “Tenho convicção de que a atuação da Polícia Militar foi legítima e necessária”, afirmou sem entrar em detalhes sobre o episódio, que resultou em 111 mortes.

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