Em visita ao Pernambuco, Estado com o maior número de casos de microcefalia, a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, afirmou nesta quarta-feira, 24, que as evidências da associação entre o zika e a malformação estão “mais, mais e mais fortes”, apesar de “ainda não totalmente claras”.

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Em pronunciamento a autoridades, médicos e imprensa em Recife, Margaret Chan salientou que o Brasil “não está sozinho” e que tem “força e determinação” para erradicar o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus.

Vestindo a camiseta da campanha Zika Zero, do governo federal, presente recebido ontem da presidente Dilma Rousseff, a diretora elogiou a “tomada de liderança” do País no compartilhamento de informações com a OMS, algo que está “baseando ações contra a zika em todo o mundo”. Para ela, o vírus é misterioso e cheio de truques: “Por isso, muitas perguntas ainda estão sem respostas.”

Antes da fala, Margaret Chan se reuniu com as médicas Ana e Vanessa van der Linden, do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) – pioneiras em identificar o surto de microcefalia em Recife -, e assistiu, tomando nota de tudo, a apresentações sobre o panorama da má-formação em Pernambuco.

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“O vírus da zika tem consequências devastadoras para as grávidas. Fico feliz em ver que estão sendo desenvolvidos novos protocolos para cuidar de bebês com anomalias neurológicas”, disse a diretora.

Ela reforçou o discurso de que, enquanto não há “vacinas ou diagnósticos confiáveis para entender os efeitos da infecção por zika na primeira etapa da gestação”, eliminar o mosquito deve ser “a linha de frente da estratégia de defesa”. “O mosquito é inteligente: vai achar jeitos de atacar as pessoas. Não tenho medo dele, mas temos que tomar precauções, pois não se trata de tarefa fácil”, disse.

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Margaret Chan embarca nesta tarde para o Rio de Janeiro, onde visitará a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela está na companhia do ministro da Saúde, Marcelo Castro, e da diretora-geral da Organização Panamericana de Saúde (Opas), Carissa Etienne.