Rio – O arcebispo do Rio de Janeiro, dom Eusébio Scheid, um dos quatro cardeais brasileiros que vão eleger o novo papa, não quis fazer comentários sobre o possível sucessor e disse que a escolha ?está nas mãos do Espírito Santo?. Porém, deixou escapar algumas características que acha fundamentais para o novo papa, entre elas, a preocupação com os jovens, com as questões sociais e científicas e com a mídia. ?O papa não poderá ser uma pessoa fechada só em cima de questões doutrinárias. Tem que estar aberto à problemática humana e científica?, declarou.
Indagado se gostaria de ver um brasileiro escolhido como novo líder da Igreja, afirmou que não saberia responder e disse: ?Não olho nem cor, nem lugar, nem língua?, afirmou ele.
Scheid não sabe se vai permanecer em Roma até o conclave (reunião de cardeais para escolher o novo papa) ou se volta ao Brasil. Como a eleição do novo pontífice pode acontecer até 15 dias após a morte de João Paulo II, o arcebispo considerou a hipótese de retornar ao Brasil e depois seguir novamente para Roma. Embora tenha sido convidado para viajar na comitiva presidencial, o arcebispo do Rio viajou ontem à tarde em vôo comercial. Segundo ele, o convite não foi aceito porque não houve coincidência ?nem de horários nem de interesses?, disse ele sem dar mais detalhes.
Lorscheider
O arcebispo dom Aloísio Lorscheider, com 80 anos, informou, por meio do frei Harri, no seminário franciscano onde reside, em Porto Alegre, que não vai a Roma e que não está mais ligado aos episódios que marcam a vida política da Igreja Católica. ?Dom Aloísio pediu para dizer que hoje ele é um simples franciscano?, disse frei Harri. Dom Aloísio chegou a ser cotado para ser papa durante a sucessão há 26 anos.