Washington – A América Latina pode ser alvo de terroristas que buscam na região refúgio, financiamento, documentos ilegais de viagem ou para ter acesso aos Estados Unidos através de velhas rotas de narcotráfico ou tráfico de pessoas, advertiu ontem o governo dos EUA. A ameaça terrorista foi alta na Colômbia em 2003 e, em menor grau, no Peru, embora o perigo que a região representa, continue inferior a outras partes do mundo, segundo relatório anual sobre terrorismo do Departamento de Estado.
“A vontade política de combater o terrorismo permanece estável na América Latina, apesar de os esforços para atualizar a legislação terrorista sejam desiguais”, afirmou. “Além disso, falta capacidade operacional e perícia para combater o terrorismo em muitos estados”.
“Os EUA trabalham estreitamente com vários países da região, particularmente o México, para responder de maneira coordenada às ameaças de segurança aérea que afetam cidadãos americanos e estrangeiros”, diz o relatório. “O governo americano também trabalhou em cooperação com o México para implementar um programa de segurança em sua fronteira com os Estados Unidos”, de 3.200 km. A cada ano, mais de 300 mil mexicanos tentam cruzar a fronteira ilegalmente.
O governo dos EUA destaca que “o dinheiro movimentado por organizações terroristas islâmicas” como o Hezbolah e o Hamas na tríplice fronteira do Brasil, Paraguai a Argentina, “continua sendo foco primário da luta antiterrorista”. Mas a zona é também usada “para o tráfico de drogas e armas, o contrabando de mercadorias, a fraude de moedas e de documentos e a lavagem de dinheiro”, disse. “Apesar deste ano haver informações sobre a presença de membros da Al-Qaeda na tríplice fronteira, isto não foi constatado por agentes da Inteligência”, indicou.