EUA queixam-se de controle nos aeroportos do Brasil

Os Estados Unidos queixaram-se ontem da lentidão das novas medidas aplicadas no Brasil para o controle de identidade dos turistas americanos que entram no País, e pediram mudanças, por não saberem se representam uma ?reciprocidade? ou ?um castigo?. ?Dissemos aos brasileiros que estas medidas representam uma terrível inconveniência para os passageiros e que precisam, sim, ser mudadas?, disse à imprensa Richard Boucher, porta-voz do Departamento de Estado.

?Desejaria que eles descrevessem por que estão fazendo isto, se por castigo ou reciprocidade ou o quê?, acrescentou Boucher. O governo americano acredita, além disso, que a medida tomada pelo Brasil está afetando as viagens entre os dois países.

?Achamos, pelo visto, que foi um programa aplicado com pressa, que não foi bem preparado, e que resulta em atrasos significativos, o que não interessa aos Estados Unidos, aos passageiros americanos e, francamente, ao Brasil em termos de atrair negócios e turistas?, disse Boucher.

A medida também está irritando a Prefeitura do Rio, que entra hoje com um recurso na Justiça contra a medida que obriga a identificação de turistas norte-americanos. Segundo a Prefeitura, será impetrada uma ação civil pública na Justiça estadual pedindo a suspensão da exigência de identificação fotográfica e datiloscópica de cidadãos norte-americanos que ingressarem através do Aeroporto Internacional Tom Jobim e do porto do Rio.

A decisão de identificar turistas americanos é do juiz Julier Sebastião da Silva, de Mato Grosso, e foi baseada no princípio da reciprocidade do direito internacional, após ação movida pelo procurador da República, José Pedro Taques. Desde ontem, todos os cidadãos brasileiros que viajarem para os Estados Unidos são submetidos a sistema semelhante de identificação.

O ?fichamento?, segundo o secretário especial de Turismo do Rio, Rubem Medina, pode acarretar uma queda de até 50 por cento no fluxo de turistas vindos dos Estados Unidos em pleno verão carioca, o que poderia resultar num prejuízo de 130 milhões de dólares ao longo de um ano.

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