O secretário de Estado Colin Powell disse ontem que sugeriu ao chanceler Celso Amorim, na conversa que tiveram na noite de quarta-feira, que os dois governos trabalhem juntos para encontra uma maneira de resolver as dificuldades criadas pelos novos procedimentos adotados pelos dois países de modo que elas ?não se tornem um problema entre os nossos países?. Segundo Powell, ?algumas modificações estão sendo feitas no Brasil? em relação ao procedimento que a Polícia Federal adotou, por ordem de um juiz federal de Mato Grosso.

Powell, que falou sobre o assunto no final de uma entrevista coletiva, ontem, reiterou a queixa americana ao fato de o procedimento adotado no Brasil ser válido apenas para os americanos, enquanto que a exigência de tomada eletrônica de impressões digitais e de fotografia, sob o programa US-Visit, ?é universal, exceto para os (cidadãos de 27) países dispensados de vistos de entrada nos EUA (para estadas de menos de 90 dias)?. ??A diferença é que (o procedimento no Brasil) singulariza os americanos?, disse Powell.

O secretário de Estado não mencionou o pedido que ouviu de Amorim para que os cidadãos brasileiros que visitam os EUA recebam o mesmo tratamento dos nacionais dos países que não necessitam de visto. O próprio Powell já havia sinalizado a resposta negativa, que foi tornada clara por seu porta-voz, Richard Bower, antes mesmo da conversa com Amorim.

Boucher disse que a decisão de incluir países entre os dispensados do visto de entrada ?não é um tema para negociação? pois depende de ?um critério baseado num padrão matemático incorporado na lei?. O porta-voz disse também que outro critério é o grau de segurança do passaporte dos países. Os EUA estenderam até outubro o prazo em que os visitantes dos 27 países isentos de visto estarão dispensados do ritual da impressão digital e da foto, porque eles próprios se comprometeram a fazer a coleta destas e de outras informações biométricas e colocá-las num microchip no novo passaporte mais seguro que estão desenvolvendo.

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