Manaus – Um estudo feito Superitendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) promete identificar produtos do Pólo Industrial de Manaus (Pim) que tenham sido produzidos segundo ações que contribuam diretamente para a preservação da Floresta Amazônica.
O levantamento – realizado em parceria com instituições de ensino superior, como a Universidade Federal do Amazonas, a Universidade Federal do Pará e a Universidade de Brasília – está sendo produzido desde a primeira semana de maio e deve estar concluído até janeiro de 2008.
Batizado de "Política de agregação de valor socioambiental à produção do Pólo Industrial de Manaus", o projeto tem como um dos objetivos permitir que empresas instaladas no Pim possam conhecer os critérios para participar e inscrever seus produtos.
O coordenador geral de estudos econômicos e empresariais da Suframa, José Alberto Machado, diz que a forma de identificação desses produtos ainda não foi definida, mas é provável que um selo ou algo similar seja aderido ao produto, de modo que o valor socioambiental seja identificado.
Ele destaca que a incorporação desse "selo ambiental" aos produtos fabricados na Zona Franca de Manaus pode ser um diferencial no mercado consumidor, principalmente com ralação à concorrência direta que alguns fabricantes sofrem com os produtos asiáticos, como por exemplo, os celulares.
"Imagine um consumidor europeu preocupado com a preservação da Amazônia e diante de dois celulares, por exemplo. Os têm preços similares, mas um é fabricado na Ásia e outro na Amazônia, com um atestado de que protege a floresta. É difícil imaginar que esse consumidor consciente não vá preferir o que é produzido na Amazônia", avalia. "Essa é nossa hipótese e nossa forte esperança de que isso realmente ocorra. Ou seja, quem estiver preocupado com a preservação da floresta amazônica terá a oportunidade de comprar os produtos que de fato estejam alinhados com essa política ambiental".
Para o diretor de relações governamentais de uma das principais fabricantes de celulares do Pim, Rodrigo Navarro, valorizar o meio ambiente faz bem para os negócios das empresas como um todo. Ele acredita que o respeito ambiental contribui para o bem-estar corporativo e para a conquista de clientes que também priorizam a utlização racional dos recursos ambientais.
"Ao valorizar o meio ambiente, a empresa fortalece o clima de trabalho correto, ganha a satisfação de seus funcionários e pode atingir um nicho de mercado que cresce a cada dia: os que valorizam a compra de produtos ecologicamente corretos".
Além do estudo, a política de agregar valor socioambiental à produção do Pólo Industrial de Manaus buscará validação nos principais mercados mundiais. O reconhecimento internacional será feito por um comitê de especialistas econômicos dos Estados Unidos, América Latina e Europa, além dos principais consumidores dos produtos exportados pelas empresas do pólo de Manaus em 2006.