Estudo mapeia casos de hepatite no país

Resultados preliminares do ?Estudo de Prevalência de Base Populacional das Hepatites A, B e C nas capitais do Brasil? mostram que o País terá de adotar ações de combate e tratamento da doença específicas para cada região. Isso porque os dados parciais da Região Nordeste e de parte do Centro-Oeste apontam diferenças entre os índices verificados no estudo e os que eram usados como fonte de canalização dos recursos.

A prevalência da hepatite A, por exemplo, variou, nessas regiões de 32,3% a 66,7%, enquanto a do tipo C foi de 0,94% a 1,88%. ?As estimativas que existiam antes, utilizadas até pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sobretudo para a hepatite C, eram de prevalência de 2,5%. O que estamos vendo nesse inquérito é um dado menor. Na média, está sendo de 1,5%?, disse Eduardo Hage, do Ministério da Saúde, em entrevista à Agência Estado. O resultado final ficará pronto em 2008.

Na avaliação do presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, João Galizzi, a falta de dados exatos é um problema mundial, não só do Brasil. ?Somente a partir de dados fidedignos sobre prevalência e incidência da doença será possível estabelecer política eficaz e segura de prevenção e tratamento?, diz. Saber onde está a maior ou menor incidência de hepatite faz diferença, principalmente quando se discute a compra e distribuição de medicamentos. Somente a hepatite B afeta cerca de 2 milhões de brasileiros.

A pesquisa, feita pelo ministério, avalia crianças e jovens de 5 a 19 anos, no caso da hepatite A. Para verificar os tipos B e C, serão pesquisadas pessoas entre 10 e 69 anos. O estudo envolverá 31 mil pessoas. O SUS já oferece tratamento e vacina nos casos disponíveis. O tipo A, comum em crianças e jovens, é transmitido por alimentos e água contaminados. Os tipos B e C podem ser contraídos por transfusão de sangue e compartilhamento de seringa, podendo se tornar doença crônica.

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