Estudo desvenda biodiversidade do oceano profundo

Como são as espécies que vivem no oceano profundo? É o que busca responder um grupo de pesquisadores da Austrália, do Canadá e do Reino Unido em estudo publicado na edição desta semana da revista Nature.

Provavelmente o maior e menos conhecido ecossistema da Terra, o oceano profundo é também um ambiente unicamente pobre em energia. Para entender como funciona a biodiversidade nesse local, os pesquisadores, liderados pelo biólogo Skipton Woolley, do Museu Victoria, em Melbourne (Austrália), analisaram um banco de dados de mais de 165 mil registros de distribuição dos chamados ofiuroides, parentes próximos das estrelas do mar que dominam a fauna do chão do oceano.

Neste trabalho eles mapearam 2.099 espécies dessas variantes de estrela do mar e compararam os padrões de diversidade em três profundidades: na plataforma continental (de 20 a 200 metros), no talude continental superior (de 200 a 2.000 metros) e no oceano profundo (de 2.000 a 6.500 metros).

O padrão de biodiversidade no fundo do mar, observaram os pesquisadores liderados, é fundamentalmente diferente daquele observado em espécies de águas mais rasas. No oceano profundo, a riqueza de espécies é maior nas latitudes mais altas (de 30° a 50°), ou seja, mais longe da linha do Equador. Já nas duas camadas superiores, o pico de riqueza de espécies ocorre nas áreas tropicais do Pacífico e no Caribe (latitudes de 0° a 30°).

Para as espécies que vivem até 2.000 metros de profundidade, o fator temperatura é importante, por isso elas ficam na faixa tropical. Já no oceano profundo, a temperatura pouco importa. Ali é tudo muito frio. Então, segundo os autores, a maior concentração de espécies se dá em áreas de alto fluxo de carbono e em regiões próximas às margens continentais.

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