Estudantes reprovam dedo de Buarque no Provão

Brasília – Um grupo de estudantes encontrou na manhã de ontem uma forma curiosa de protestar contra o ministro da Educação, Cristovam Buarque, e sua tentativa de fazer mudanças no sistema de avaliação dos cursos superiores, o Provão. O grupo, vinculado ao Partido Socialista Brasileiro, soltou diversos caranguejos na entrada do Ministério da Educação, enquanto ostentava cartazes, afirmando que a iniciativa do ministro não contribui para melhorar a educação brasileira.

Segundo os estudantes, as alterações propostas pelo ministro Cristovam Buarque na forma de avaliação são um retrocesso na educação brasileira. O grupo diz que o fim da obrigatoriedade de fazer o exame levará ao desinteresse dos estudantes pelo Provão. De acordo com a nota, apesar das falhas, o Provão proporcionou a qualificação do corpo docente, a melhora das instalações físicas e da própria organização do currículo. Os caranguejos tomaram conta da entrada do ministério, mas foram recolhidos pelos estudantes depois de cerca de meia hora.

O ministro estava em viagem com o presidente Lula, mas já havia esclarecido que defende a divulgação dos conceitos e a realização de rankings como uma forma de dar transparência à avaliação. O método de avaliação, de acordo com Buarque, pode dar lugar a um novo sistema, proposto pela Comissão Nacional de Avaliação: Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Segundo dados do Ministério da Educação, atualmente, existem cerca de 15 mil cursos regulamentados em todo país. O Exame Nacional de Cursos é realizado desde 1996. Começou sendo aplicado para 600 cursos em três áreas: administração, direito e engenharia civil. Nos anos seguintes, a a avaliação foi se expandindo progressivamente. Neste ano, foram avaliados 5.800 cursos em 26 áreas.

De acordo com o secretário de Educação Superior do MEC, Carlos Roberto Antunes dos Santos, a possível extinção do Provão e a intenção do ministério de implantar um processo de avaliação permanente pretendem oferecer mais transparência ao ensino superior, que passará a ser tratado como educação superior. O termo, mais abrangente, envolverá a participação da sociedade no processo educacional. “A mudança de foco tem como objetivo criar a figura do aluno com o cidadão, com responsabilidade social perante o mundo”, diz ele.

Ele ressalta ainda, que, com as mudanças, será possível que pais e alunos escolham com mais critério e segurança em qual faculdade investir. Segundo ele, será criada a Comissão Nacional de Educação Superior, que terá como responsabilidade a formulação de um dossiê para facilitar o acesso às informações sobre as faculdades a serem escolhidas.

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