Estudantes podem desocupar nesta sexta-feira a reitoria da USP

A assembléia-geral dos estudantes da Universidade de São Paulo (USP) aprovou um termo de compromisso proposto pela reitoria para ser cumprido pelos alunos e pela instituição. No documento, a universidade se propõe a aceitar as reivindicações dos estudantes, desde que os alunos desocupem o prédio da reitoria até às 16h desta sexta-feira (22).

Os estudantes, no entanto, condicionaram a saída do prédio à aprovação do documento também pelos funcionários da USP, que realizam assembléia-geral no fim da manhã de hoje e que participaram do movimento de ocupação.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Magno de Carvalho, em discurso na assembléia dos alunos, considerou ?razoável? o termo elaborado pelo reitoria. Caso os funcionários também aprovem o termo, os alunos se comprometeram a desocupar o edifício no prazo pré-estipulado.

A maioria dos estudantes presentes na assembléia-geral considerou que o documento praticamente contempla as últimas reivindicações dos alunos apresentadas à reitoria: a não punição dos que participaram do movimento; a construção do 5º Congresso da USP para a elaboração de um novo estatuto universitário; a construção de novas moradias estudantis; a ampliação da assistência de transporte e alimentar aos estudantes que moram na universidade; a reforma e o melhoramento da infra-estrutura das faculdades; a contratação de docentes; e a alteração no processo de cancelamento de matrículas.

As ocupações, no entanto, devem continuar nas unidades da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e nas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Desde segunda-feira (18),  um grupo de alunos ocupou o prédio da Diretoria Acadêmica (DAC) da Unicamp, em Campinas.

Em comunicado, a reitoria da universidade afirmou ter solicitado a reintegração de posse junto à 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas no dia 20 de junho e já ter notificado os alunos sobre a decisão. A reitoria também afirma que não vai negociar com os "invasores?. 

Na Unesp, segue a ocupação das unidades das cidades de Rio Claro, Franca e Assis, iniciadas entre os dias 24 e 29 de maio. Também estão ocupados prédios da instituição em São Paulo e em Ourinhos. Em Ilha Solteira, Presidente Prudente e Araraquara, as ocupações já terminaram.

Na última quarta-feira (20), cerca de 50 alunos iniciaram a ocupação do Instituto de Artes do campus do Ipiranga, na capital paulista. Em comunicado, a assessoria informou que o diretor do instituto, João Cardoso Palma Filho, registrou boletim de ocorrência no 17º Distrito Policial do Ipiranga, considerando a ocupação ?um retrocesso em relação às conquistas da sociedade brasileira?.

A assessoria também confirmou que, na última terça-feira (19), cerca de 30 alunos do campus de Ourinhos ocuparam salas de aula e trancaram a porta de acesso às áreas administrativa e acadêmica da unidade, impedindo a entrada de docentes e servidores. A direção da unidade também registrou um boletim policial.

Em nota, a reitoria da Unesp reafirmou ?sua disposição de permanente diálogo?, mas disse que se recusa a negociar com os alunos enquanto permanecerem as ocupações. ?Não discutiremos reivindicações sob coação por meio de recursos violentos, não deixaremos de apurar responsabilidades, nem hesitaremos em recorrer à Justiça para restabelecer o respeito à civilidade, ao diálogo e à razão?, disse o reitor da universidade Marcos Macari, em nota à imprensa.

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