Estudantes universitários ocuparam nesta quinta-feira (14) a sede da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Belo Horizonte. Gritando palavras de ordem, os eles entraram no prédio pela manhã e apresentaram aos dirigentes do órgão uma carta de protesto composta por 11 itens. Parte dos universitários havia participado recentemente de um estágio interdisciplinar de vivência em acampamentos e assentamentos no Estado, organizado por movimentos estudantis.
"Concordamos que 2007 foi o pior ano da reforma agrária", disse Danielle Martins, de 21 anos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os estudantes decidiram desocupar o prédio no final da tarde após receberem a promessa de um encontro amanhã com o presidente nacional do órgão, Rolf Hackbart, em Brasília. A ocupação foi pacífica. O Incra calculou em 200 o número de estudantes, mas os organizadores do movimento afirmaram que 300 participaram do ato.
No documento entregue ao superintendente do Incra em Minas, Marcos Helênio Pena, eles cobram, entre outras reivindicações, a revisão dos índices de produtividade, o repúdio à monocultura de soja e de açúcar e a adoção de uma política de desenvolvimento agrário pelo governo federal. "Fizemos denúncias também sobre as áreas onde há trabalho escravo. Queremos que essas áreas sejam desapropriadas. Cobramos ainda a punição da violência no campo", disse a estudante da UFMG.
Segundo Daniella, a carta de protesto também foi entregue a movimentos estudantis de outros Estados para que fosse encaminhada às superintendências do Incra em São Paulo, Aracaju, Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis. O órgão em Minas divulgou nota em que classifica como "legítimas as reivindicações e manifestações, desde que dentro da legalidade".