Brasília – Um jovem de 17 anos, de classe média, aluno de um bom colégio e sem passagem pela polícia é o suposto assassino do sertanista Apoena Meireles, de 55 anos. O sertanista foi morto no último sábado, numa agência bancária em Porto Velho (RO). Detido na madrugada de ontem, o suspeito já foi encaminhado para o Juizado da Infância e Juventude. Em entrevista à Rádio Nacional AM, o diretor-geral da Polícia Civil de Rondônia, Carlos Eduardo Ferreira, informou que os policiais chegaram ao suposto assassino após rastrearem o celular de Apoena, que foi vendido pelo menor e repassado para outras duas pessoas.
“Já se confirmou que foi ele quem efetuou os disparos durante roubo. Foi um roubo mal-sucedido, do jeito que nós já havíamos anunciado anteriormente. Houve a reação e ele efetuou os disparos”, afirmou, Carlos Eduardo Ferreira. O adolescente detido disse, durante o depoimento, que não sabia quem estava roubando e que a única motivação do crime teria sido o dinheiro. Ele afirmou também que a arma utilizada no crime, um revólver de calibre 38, foi emprestada de um amigo.
Antes do crime, ambos bebiam cachaça com refrigerante. Por volta das 20 horas, o jovem infrator saiu de casa de bicicleta e seguiu direto para o Banco do Brasil. O menor disse que não teve coragem de roubar o primeiro casal que vi, porque eram jovens e resolveu atacar Apoena e Cleonice, funcionária da Fundação Nacional do Índio (Funai), que acompanhava o indigenista.
Segundo o menor, após o anúncio do assalto, Apoena reagiu com socos e pontapés. Durante a luta, o adolescente roubou o celular de Apoena e disparou dois tiros em seu abdômen. Em seguida, roubou a carteira de Cleonice e fugiu.
O menor foi abordado por policiais na noite de anteontem, em frente a sua casa, e não reagiu à prisão. A roupa que o jovem vestia na noite do crime e a bicicleta usada na fuga foram encontradas na casa dele. A arma do crime ainda não foi achada. Ele confessou o assassinato e foi reconhecido pela funcionária da Funai que acompanhava Apoena. “Não tenho nenhuma dúvida. Foi ele mesmo”, garante ela.
A polícia dá o caso como esclarecido, já que o menor é réu confesso. Policiais federais e civis investigavam o assassinato do sertanista. A Polícia Civil ainda vai ouvir dois rapazes presos com o celular de Meireles.
