O Rio entrou em estágio de crise às 12h35 desta sexta-feira, dia 17, após uma grande estrutura de concreto desabar dentro do Túnel Acústico Rafael Mascarenhas, na Lagoa-Barra, que liga a zona sul à zona oeste, interditando as duas pistas.

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O desabamento da estrutura atingiu a parte dianteira de um ônibus que fazia o trajeto São Conrado – Rodoviária. Ninguém ficou ferido. A Defesa Civil foi acionada e deverá avaliar se há risco de novos desabamentos. O túnel passa por baixo do Minhocão, um prédio de moradores. Um deslizamento de terra pode ter provocado o desabamento.

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A Prefeitura pretende liberar o túnel até este sábado, 18. Ao menos até as 20h30 de sexta, funcionários trabalhavam para reabrir a passagem.

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O estágio de crise foi decretado por conta da mobilidade reduzida da população. Além do túnel, a Avenida Niemeyer, que também liga a zona sul à zona oeste, ficou interditada por mais de um dia por conta de um deslizamento de encosta provocado pela chuva. A via foi liberada às 19h desta sexta,17.

O acesso só pode ser feito pelo Alto da Boa Vista, a Linha Amarela e a Grajau-Jacarepaguá. A cidade já estava em estágio de atenção por conta da chuva. Mais cedo, a Prefeitura havia liberado o trânsito no sentido zona sul no túnel Zuzu Angel, que também compõe a autoestrada, e criou um desvio antes de chegar ao túnel Rafael Mascarenhas.

Durante a noite de sexta, cerca de oito horas após a interdição do túnel, a intensidade dos congestionamentos no Rio estavam abaixo do esperado. Um total de 137 quilômetros de lentidão foi registrado por volta das 19h. A média para o horário é de 190 km.

A queda no volume de trânsito ocorreu após alertas, feitos pela Prefeitura, para que os moradores do Rio evitassem viagens desnecessárias e priorizassem o transporte público. O metrô, que normalmente circula até meia-noite, estenderá o atendimento até as 2h de sábado.

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, pediu aos servidores públicos municipais que encerrem o expediente mais cedo, a fim de evitar sobrecarga no trânsito no horário do rush, no fim da tarde.

Em vídeo divulgado no Twitter, Crivella também fez um apelo para que moradores da zona sul e da Barra da Tijuca permaneçam, se possível, em casa, como forma de evitar mais problemas no trânsito. Crivella disse que a Prefeitura já está empenhada para realizar o escoramento da estrutura que desabou e a retirada do entulho no local.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das enchentes na Câmara dos Vereadores do Rio, Tarcísio Motta (PSOL) afirmou que a Geo-Rio está sem condições de atender as necessidades da cidade. O órgão da Prefeitura é responsável pelo monitoramento e contenção de encostas. O deslizamento de uma encosta provocou o desabamento de parte do teto do túnel Acústico Rafael Mascarenhas no início da tarde desta sexta-feira.

“Faltam servidores, viaturas para as vistorias, articulação entre os órgãos da Prefeitura, orientação de prioridades, orçamento e planejamento. A Geo-Rio está sem condições de atender as necessidades da cidade”, afirmou o vereador, depois de ouvir o depoimento do presidente da GEO-Rio, Herbem da Silva Maia.

A sessão, ocorrida na tarde de quinta-feira, também contou com as presenças dos técnicos da Geo-Rio Ricardo Neiva D’Orsi e Ernesto Ferreira, que foram perguntados sobre suas condições de trabalho e ações sobre a manutenção e contenção de encostas, estudos sobre áreas de risco, sistemas de alerta e de alarme sonoro e protocolo de interdição de vias.

Apesar de afirmar que o orçamento da instituição atende à demanda da cidade, Maia informou à CPI que há apenas quatro viaturas para a realização de vistorias em todo o município, que mais da metade do quadro de servidores da Geo-Rio vai se aposentar nos próximos dez anos e que não há um mapeamento geotécnico da zona oeste.

“Ficou claro que é preciso mais recursos para uma série de ações, como estender o sistema de alarme pra zona oeste e revisar o protocolo de interdição de vias, além de estendê-lo para outras áreas. A Geo-Rio está refém de governos que não consideram a prevenção de enchentes e deslizamentos uma política de estado. Não é possível que a Geo-Rio seja um órgão tão pequeno com uma função gigante”, disse o vereador.