Estradas federais devem fechar o ano com recorde de acidentes, avalia Polícia

Brasília – As rodovias federais devem fechar o ano com recorde no número de acidentes, feridos e mortos. A avaliação é do inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e coordenador da Operação Natal nas estradas brasileiras, Alvarez Simões.

?Infelizmente, será um dos períodos mais violentos dos últimos anos. Vamos fechar o ano batendo um triste recorde? afirmou o inspetor hoje (26) em entrevista à Rádio Nacional.

Segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (26) pela PRF, o feriado prolongado de Natal superou, em números de acidentes, mortos e feridos, o carnaval deste ano, período tradicionalmente mais violento por conta dos excessos dos condutores. Da 0h de sexta-feira (22) até à meia-noite de ontem (25), foram 2.561 acidentes em todo o país, com saldo de 196 mortos e 1.870 feridos.

Para Simões, os altos números devem-se ao atual momento da economia do país, que elevou o volume da frota brasileira e aumentou a circulação de veículos nas estradas. Chuvas nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste também contribuíram, além da desconfiança por parte da população em relação aos aeroportos, levando mais pessoas a optar pelo transporte terrestre.

Apesar das causas externas, o balanço da PRF alerta que a imprudência dos motoristas ainda é a principal causa de acidentes em rodovias federais. O levantamento aponta, segundo cálculos baseados em estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que mais de 80,7% dos acidentes acontecem em trechos com pista em boa condição: 71,4% acontecem em retas, 53,6% em plena luz do dia e 63% com tempo bom.

O estado brasileiro com maior número de acidentes (460), além de maior número de feridos (309) e mortos (26), ainda é Minas Gerais. O inspetor explica que o estado é campeão de ocorrências por causa da grande malha rodoviária.

Para Simões, uma das soluções para reduzir o número de ocorrências nas rodovias brasileiras é aumentar o contingente da PRF para, pelo menos, o dobro do atual. O inspetor alerta que efetivo de hoje ? cerca de 9,7 mil homens ? ainda é o mesmo da década de 80, quando a malha rodoviária e a frota de veículos eram menores.

?Infelizmente, quando não se tem um nível de educação onde cada indivíduo haja com responsabilidade e segurança, o papel do agente fiscalizador é fundamental para evitar o excesso?, ressalta Simões.

Atualmente, 61 mil quilômetros de rodovias federais que cortam o país são fiscalizados pela PRF. Diante do número reduzido de homens, Simões calcula que cada dupla de policiais precisa cobrir, em média, 60 quilômetros. Na avaliação do inspetor, o número considerado ideal corresponde à metade ? cerca de 30 quilômetros fiscalizados por dupla.

Simões deixa um alerta para quem vai pegar as estradas próximo à virada do ano: ?Tome cuidado, faça essa viagem com muita cautela. Não saia apressado, correndo, em cima da hora. É melhor chegar um pouco mais tarde ou não chegar no dia desejado, mas chegar em segurança. A pressa tem sido a inimiga da segurança no trânsito rodoviário?.

Durante a Operação Natal, a PRF fiscalizou 94.804 veículos e autuou 18.435 em todo o país. Um em cada cinco condutores cometeu alguma infração contra o Código de Trânsito Brasileiro. Nos cinco dias de feriado prolongado, 1.141 veículos ficaram retidos em postos de policiamento, por problemas de conservação ou documentação.

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