O estoque de sangue cai no começo de cada ano em virtude das festas e férias do período. O médico da equipe técnica da Hemorrede da secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Frederico Carbone Filho, afirma que a queda fica entre 20% e 30% nos estoques reguladores de sangue, assim como nos dias que precedem o carnaval e entre maio a julho, que também abrange parte das férias escolares. O médico ressaltou que isso não significa que vá faltar sangue, mas pode comprometer o estoque que regula o abastecimento.
Carbone explicou que o impacto dessa queda das doações é grande porque no final do ano a demanda por sangue é maior por conta do aumento do número de acidentes nas estradas e no trânsito urbano.
A Hemorrede, que coordena e articula todas as ações relacionada à hemoterapia em São Paulo, articula campanhas para estimular a doação principalmente nessas épocas do ano. “Procuramos conscientizar as pessoas sobre a importância de doar sangue antes de viajar, com o objetivo de diminuir essa queda. Em São Paulo a média mensal de coleta de sangue é em torno de 70 mil bolsas”.
Carbone salientou ainda que a Organização Mundial da Saúde preconiza que entre 3% e 5% da população seja doadora de sangue para que os estoques reguladores sejam suficientes. “No estado de São Paulo a média de doadores está em torno de 2% da população. No Brasil é de 1,8%. Então estamos aquém do desejável, por isso é importante a conscientização da população para o fato de que não basta doar sangue só uma vez e sim regularmente, minimamente de três a quatro vezes no ano”.
O médico da Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, Carlos Roberto Jorge, afirmou que apesar de o estoque estar razoavelmente bom no Hemocentro, a reserva de fatores negativos que está baixo. “Nosso estoque está aquém do que deveríamos ter com relação ao positivo”. O Hemocentro é responsável por 24% do sangue usado em São Paulo e atende 130 hospitais de todo estado.
Para doar sangue basta ir até um dos postos de coleta, com um documento com fotografia, pesar mais de 50 quilos, ter entre 18 e 65 anos, estar bem de saúde e estar alimentado. Ao chegar em um dos postos o doador faz um cadastro, um teste de anemia e depois de passar por uma triagem é feita a coleta.
