Terminou sem acordo definitivo a reunião-almoço entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e senadores do PSDB para negociar a votação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O que foi acertado foi um entendimento em torno de parâmetros para dar prosseguimento às negociações. "Estamos longe de um acordo (sobre os votos do PSDB). Começamos a tentar um entendimento em torno de cinco pontos específicos", afirmou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM). Destes pontos, ele disse que o de maior dificuldade é a vinculação entre reforma tributária e prorrogação da CPMF.
Segundo o senador, o PSDB aceita prorrogar a CPMF por mais um ano se os outros parâmetros colocados forem atingidos. As propostas princípios apresentadas pelo partido são: apontar de forma clara e firme a redução da carga tributária, reduzir as despesas correntes de custeio, criar uma Lei de Responsabilidade Fiscal para o governo federal, aumentar a parcela da arrecadação da CPMF destinada à área de saúde e compromisso com a reforma tributária em um ano.
A idéia, segundo o tucano, é forçar o governo a efetivamente realizar a reforma tributária no ano que vem – o que, aí sim, permitiria que o PSDB discutisse a renovação da CPMF por mais alguns anos. "Hoje não era para sair muita coisa mesmo. Colocamos nosso limite e o governo ficou de estudar as propostas", disse Virgílio, que brincou dizendo que a única coisa ruim do almoço foi a comida.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) destacou que a reunião não teve nenhuma definição de valores específicos sobre os parâmetros colocados pelo PSDB. Segundo o senador petista, o prazo para amadurecimento e conclusão de um acordo é o dia 9, quando se esgota o prazo para a votação da matéria na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Mercadante se mostrou otimista para a obtenção dos votos do PSDB. "Saio bastante confiante de que vamos construir um entendimento", disse.