Influenza A

Estágio atual de pandemia exige atenção, não pânico

Na semana em que foi confirmado que o vírus influenza A (H1N1) já circula dentro do Brasil e que o número de mortos subiu de quatro para 11 em um único dia, a gripe suína tomou as atenções dos brasileiros.

Em um país com dimensões continentais como o Brasil, essa etapa era esperada. Por isso, profissionais e autoridades da saúde tranquilizam: a situação não é desesperadora e um prognóstico do rumo que a doença vai tomar nos próximos meses é arriscado. Há incertezas e teorias, mas nada garantido.

Talvez o que mais assuste parte da população, na visão de especialistas, é que até três meses atrás, quando a influenza A foi anunciada como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pouca gente sabia que a gripe ainda podia matar. Mas mata. E isso não acontece só com a nova gripe, mas vale também para a gripe sazonal.

Por isso, o momento não é de pânico, mas de atenção. “Vamos ter muito mais casos dessa nova gripe do que de gripe normal, porque se trata de um vírus novo, para o qual não temos resistência”, estima o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Moacir Gerolomo.

Por enquanto, a recomendação de muitas secretarias municipais de Saúde é cancelar eventos culturais que reúnam grande quantidade de pessoas. “Não proibimos, mas a quem nos consulta, recomendamos adiar grandes eventos”, confirma Gerolomo.

Segunda onda

A preparação mundial agora se concentra em uma provável segunda onda de surto da nova gripe, a exemplo de epidemias anteriores. A gripe espanhola, em 1918, teve um primeiro surto na primavera e sumiu no verão, para reaparecer com toda a força no outono daquele ano e matar entre 40 a 50 milhões de pessoas. “O vírus costuma mudar em uma “segunda onda”, quando o vírus pode alterar sua virulência e provocar uma agressividade maior”, explica o presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, Alceu Fontana Pacheco, que ressalta que tudo isso, por enquanto, não passa de conjecturas. Mas avisa: “uma possibilidade é de o vírus ocorrer durante o inverno do Hemisfério Norte”, o que aconteceria no fim do ano. Segundo o também infectologista Jaime Rocha, a segunda onda é esperada, quando a doença se manifesta nas pessoas que ainda não tiveram contato com o vírus.

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