Praticamente todas as redes estaduais do País não ouviram seu principal público interessado, os alunos, para a produzir seus documentos curriculares para essa etapa – apontada como um dos gargalos educacionais do País. Essa foi uma das conclusões apontadas em uma pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas, a pedido da Fundação Victor Civita, e divulgada na semana passada.

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O estudo analisou 23 documentos curriculares e, dentre eles, dez de forma mais detalhada, com entrevistas com servidores. Formação integral dos jovens, currículo integrado e interdisciplinaridade e contextualização aparecem em todos os documentos. Mas com um problema: praticamente não se apresentam estratégias e caminhos de como efetivar isso.

“Não existe a tentativa de integrar as disciplinas e áreas”, diz a coordenadora do estudo, Gisela Tartuce. “A gente sabe que temos essa necessidade de se aproximar dos jovens, mas nos documentos só aparece a intenção”, explica.

Também há pouca uniformidade entre os documentos, até nas terminologias usadas. A pesquisa foi divulgada no momento em que o Ministério da Educação (MEC) trabalha na elaboração da Base Nacional Comum, documento em que vão constar os conteúdos que devem ser ensinados.

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Gisela ressalta que as experiências já produzidas pelos Estados devem ser aproveitadas. Para Ricardo Henriques, do Instituto Unibanco, a base terá uma função importante de estabelecer de forma clara esses conteúdos por séries. “É incontornável construir de forma consistente a Base e, depois, tornar viável a implementação, quando teremos grandes desafios”, diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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