Está tudo pronto para a transição

Brasília

– O ministro chefe da Casa Civil, Pedro Parente, afirmou ontem que já está tudo preparado para que se dê início à etapa de transferência das informações às equipes sucessoras do atual governo. Esse processo deve começar com uma reunião entre o presidente Fernando Henrique Cardoso e o seu sucessor, na terça-feira da próxima semana. Na avaliação de Parente, o primeiro passo do candidato eleito, nas eleições de domingo, deveria ser ir a público para falar não mais como concorrente ao cargo, mas com a responsabilidade de um chefe de Estado, relatando o que pretende fazer em relação aos temas fundamentais a serem conduzidos pela nova administração.

Para o ministro, essa transição deverá ocorrer de forma suave. Em sua ponderação, está o fato de ambos os candidatos que disputam à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB) terem sinalizado “posturas corretas na condução da política econômica”. E, “não tenho dúvida de que vamos ter um processo de transição o mais transparente possível e apartidário, o que é um fator de amadurecimento democrático , trazendo, conseqüentemente, maior tranqüilidade a todos, inclusive, a credibilidade junto aos investidores”.

Pedro Parente lembrou que toda a infra-estrutura necessária já foi providenciada para que assim que for promulgado o resultado das urnas, o governo eleito possa tomar conhecimento das medidas essenciais à implementação da nova administração. Em relação à diretoria do Banco Central, cuja escolha deve ser avaliada pelo Poder Legislativo, disse que em caso de interesse do governo eleito, a atual gestão pode encaminhar o processo para o Congresso Nacional definir a questão ainda neste ano.

Um outro aspecto comentado por ele foi quanto ao setor elétrico. Ele considera que seja qual for o eleito não poderá jamais prescindir do investimento privado para dar seqüência à série de obras necessárias para garantir a oferta de energia e a melhoria do sistema. Os recursos públicos são insuficentes – justificou -sendo, portanto, indispensável a participação dos investidores e, para atraí-los, é preciso negociar uma política que assegure a remuneração dos interessados em participar.

O ministro esteve presente à solenidade de abertura do seminário “Inteligência Digital e Comércio Eletrônico”, realizado na sede da Câmara Americana de Comércio, na zona sul desta capital. O ministro citou entre os desafios a serem enfrentados pelo novo governo, a universalização da informática, com a ampliação de acesso a treinamentos e equipamentos por parte da população de baixa-renda e micro e pequenos empresários.

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