“Está na hora de medir forças com a oposição”, diz Lula

Em reunião com o Conselho Político do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta terça-feira (11), apoio da base aliada para a votação do Orçamento-Geral da União deste ano, atrasada em quase três meses. "Está na hora de medir forças com a oposição", afirmou Lula, no Palácio do Planalto, ao dar sinal verde para que a votação ocorra hoje, mesmo sem acordo com o PSDB e o DEM. "Não podemos ficar reféns da minoria", afirmou.

O presidente disse que não é mais possível esperar o consenso porque a oposição não quer acordo. Além disso, Lula pediu atenção dos aliados para evitar a repetição dos problemas que marcaram a votação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), no ano passado, quando, apesar de ceder, o Planalto foi derrotado pela oposição.

Diante de deputados e senadores, Lula lembrou que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) podem ficar comprometidas por falta de orçamento. "Temos um programa que não pode parar. Vamos ao voto", disse o presidente, segundo o líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE). Lula repetiu ainda que, caso o Orçamento não seja aprovado, o governo terá de enviar uma enxurrada de medidas provisórias (MPs) ao Congresso para garantir a execução dos projetos.

TV Pública

Ao mencionar as MPs, o presidente fez um apelo para que a base aliada se empenhe e assegure a votação da medida que cria a TV Pública, já que a MP perde a validade na quarta-feira da semana que vem. No Planalto, auxiliares de Lula acreditam que a oposição faz corpo mole e obstrui as sessões do Senado porque quer derrubar a TV pública, projeto que já passou pelo crivo da Câmara.

Porém, a oposição alega que os próprios aliados não se entendem sobre a lista de obras de R$ 534 milhões, embutida no Anexo de Metas e Prioridades da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O presidente da Comissão Mista de Orçamento, senador José Maranhão (PMDB-PB), admitiu divergências, mas disse que o argumento é usado apenas como pretexto para explicar a falta de votação. "Naturalmente, preferíamos negociar com a oposição, mas, se ela continuar irredutível, vamos bater voto", afirmou o senador.

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